Reino Unido avalia proibir redes sociais para menores de 16 anos

Nova Lei de Segurança Online começa a valer em 2025 com regulamentação inédita para crianças e adolescentes em plataformas digitais
Por Bruna Barone, editado por Rodrigo Mozelli 20/11/2024 23h37, atualizada em 04/12/2024 14h12
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(Imagem: SeventyFour/iStock)
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O Parlamento do Reino Unido pode discutir, em breve, a proibição de mídias sociais para menores de 16 anos. Foi o que disse o Secretário de Ciência, Inovação e Tecnologia, Peter Kyle, à BBC

Segundo ele, novas pesquisas serão feitas a respeito do impacto de tecnologias sobre os jovens. Parte dos fundamentos virá do Healthcare Professionals for Safer Screens, órgão que defende restrições ao uso de smartphones fundado pela médica Rebecca Foljambe.

Ao mesmo tempo, a Ofcom, agência reguladora do setor de comunicações do Reino Unido, se prepara para aplicar a Lei de Segurança Online, prevista para vigorar a partir de 2025. A norma cria obrigações inéditas de segurança nas plataformas sociais, exigindo que as redes protejam os usuários e, em particular, as crianças com menos de 13 anos, de conteúdo prejudicial. 

Segundo a imprensa internacional, Kyle vem orientando o órgão a manter postura firme contra empresas de tecnologia que não seguirem a regulamentação. “Só quero ter certeza de que a Ofcom saiba que o governo espera que eles [poderes] sejam usados”, disse ao programa “Today”.

Peter Kyle, secretário de Ciência, Inovação e Tecnologia (Imagem: Divulgação/UK Gov)

A lei foi comemorada pelo grupo de campanha Molly Rose Foundation, criado para promover e proteger a saúde mental dos jovens por meio do fornecimento de apoio, educação e aconselhamento prático.

“O público e os pais apoiam lei atualizada que incorpore dever abrangente de cuidado às empresas de tecnologia e o primeiro-ministro deve agir rápida e decisivamente para entregar esse trabalho inacabado”, escreveu a Organização Não Governamental (ONG) no X.

No entanto, há quem avalie que a medida não será suficiente, já que os adolescentes poderiam encontrar novas maneiras de acessar o conteúdo proibido. 

“O governo precisa pensar maior: esse é um problema que exige mudança cultural e que a legislação esteja um passo à frente, e não atrás, da tecnologia”, disse Iona Silverman, do escritório de advocacia Freeths, à BBC.

Há quem avalie que a medida não será suficiente, já que os adolescentes poderiam encontrar novas maneiras de acessar o conteúdo proibido (Imagem: ViewApart/iStock)

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Tendência global e não só no Reino Unido?

A restrição de uso de redes sociais por menores de ideia ganhou força mundialmente após o governo da Austrália apresentar legislação com foco em menores de 16 anos.

No início do mês, o primeiro-ministro Anthony Albanese disse que a responsabilidade não será dos pais ou dos jovens. “As redes sociais estão realmente prejudicando as crianças e vou acabar com isso”, declarou à imprensa.

Na Noruega, a idade mínima é de 13 anos, mas o governo estuda aumentar para 15, exigindo uma conta bancária e a criação de uma barreira de verificação de idade por meio da Lei de Dados Pessoais.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.