Imagem: Lightspring/Shutterstock
O transplante de órgãos de animais para humanos alcançou um novo avanço. Em um estudo, células humanas foram reprogramadas para se tornarem compatíveis com uma válvula cardíaca de porco — um mecanismo que controla o fluxo sanguíneo. Essa parte do coração do animal foi transplantada com sucesso para um roedor durante experimentos conduzidos por cientistas da Northeastern University.
A técnica, que consiste em “semear” tecido humano em órgãos de animais, não utiliza vírus nem células-tronco e pode ser aplicada em outras partes do corpo no futuro. Detalhes da pesquisa foram publicados na revista Bioactive Materials.
Em casos extremos, quando as válvulas do coração não funcionam corretamente e causam problemas como obstrução e insuficiência cardíaca, é necessário realizar a substituição cirúrgica.
Atualmente, existem válvulas bioprotéticas ou mecânicas que podem substituir as válvulas danificadas. No entanto, essas soluções têm limitações, especialmente em pacientes em crescimento. Como os dispositivos não podem se expandir, em alguns casos, é necessário realizar múltiplos transplantes ao longo da vida.
As válvulas aórticas de porcos, estruturalmente semelhantes às humanas, são uma solução promissora, mas nosso corpo tende a rejeitá-las. Pesquisadores encontraram uma forma de resolver esse problema.
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Um dos principais benefícios do novo método é que ele não utiliza vírus para adaptar o órgão, tornando-o uma alternativa mais segura para transplantes. Ning Wang, professor de bioengenharia na Northeastern, explica:
Sabemos que o uso de vírus pode causar infecção. Mesmo vírus que não causam infecção grave ainda podem gerar tumores.
Ning Wang em comunicado da Northeastern Global News.
Além disso, os cientistas não reprogramaram as células da pele em células-tronco, o que, segundo Wang, poderia gerar tumores. Em vez disso, modificaram-nas diretamente em células da válvula cardíaca.
A técnica mostrou-se altamente eficiente, podendo reprogramar 1 milhão de células em 66 milhões. O próximo passo é testá-la em animais mamíferos maiores e, eventualmente, em humanos.
Esta post foi modificado pela última vez em 4 de janeiro de 2025 15:25