Cabos submarinos teriam sido cortados por navio chinês a mando da Rússia

As investigações apontam que dois cabos submarinos foram cortados deliberadamente e que a sabotagem pode ter envolvimento da Rússia
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 28/11/2024 09h05
Cabo submarino
Imagem: Vismar UK/Shutterstock
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Um novo incidente envolvendo cabos submarinos aumentou ainda mais as tensões na Europa. Um navio comercial da China foi interceptado por embarcações de guerra europeias por suspeita de ter sabotado as estruturas.

As investigações apontam que a tripulação do Yi Peng 3 teria cortado deliberadamente dois cabos submarinos instalados no fundo do mar Báltico. O navio estava carregado com fertilizante da Rússia, o que sugere, segundo as autoridades europeias, a participação de Moscou.

Navio teria continuado viagem mesmo com a âncora no fundo do mar

  • Dados de satélite indicam que o navio teria liberado a âncora de arrasto por volta das 21h, horário local, do dia 17 de novembro e depois seguido viagem, mesmo sem recolher o equipamento.
  • No total, ele teria percorrido quase 180 quilômetros até recolher a âncora.
  • Os navios da Marinha dinamarquesa então acabaram interceptando o Yi Peng 3, forçando-o a ancorar no Estreito de Kattegat, que liga os mares Báltico e do Norte.
  • Uma revisão da âncora e do casco da embarcação mostrou danos consistentes.
  • Segundo os investigadores, é extremamente improvável que o capitão não tenha notado que seu navio arrastou a âncora por tanto tempo, perdendo velocidade por horas e cortando cabos no caminho.
  • O proprietário chinês do navio, Ningbo Yipeng Shipping, está cooperando com a investigação e permitiu que a embarcação fosse parada em águas internacionais.
  • A empresa se recusou a comentar.
  • As informações são do The Wall Street Journal.
Âncora teria sido lançada com o objetivo de causar danos nas estruturas (Imagem: Rollo Marmion/Shutterstock)

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Rússia é suspeita de sabotagem

Os investigadores agora estão tentando descobrir se o capitão da embarcação de propriedade chinesa, que partiu do porto russo de Ust-Luga em 15 de novembro, estaria seguindo ordens do governo russo. A tripulação do Yi Peng 3 é capitaneada por um cidadão da China e inclui um marinheiro da Rússia, que ainda não prestou depoimento.

Várias autoridades policiais e de inteligência ocidentais disseram que não acreditam que o governo chinês estivesse envolvido no incidente, mas que suspeitam que as agências de inteligência russas estivessem por trás da sabotagem.

Rússia foi acusada de estar por trás do caso, mas nega qualquer envolvimento (Imagem: Slasha/Shutterstock)

O governo da Rússia afirmou que as acusações são absurdas e infundadas. Já a China ressaltou que trabalha com todos os países para manter a segurança dos cabos submarinos internacionais e outras infraestruturas de acordo com o direito internacional.

O primeiro cabo cortado fica entre a Suécia e a Lituânia. Já o segundo está instalado entre a Alemanha e a Finlândia. Não foram divulgadas maiores informações sobre o tamanho dos danos provocados pelos incidentes.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.