Próxima parada do rover Curiosity em Marte é cheia de “teias de aranha”

Gigantescas 'teias de aranha' se estendem por quilômetros pelo solo do próximo destino do rover Curiosity, da NASA, em Marte
Flavia Correia29/11/2024 20h38
marte-caixa-1920x1080
Cientistas da NASA responsáveis pela missão Curiosity acreditam que a água subterrânea antiga formou esse padrão de cordilheiras, chamado “Caixa”, que o rover estudará de perto no ano que vem. Crédito: NASA / JPL-Caltech / Universidade do Arizona
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Depois de capturar uma visão 360° de Marte e descobrir cristais de enxofre que ninguém sabe explicar como foram parar lá, o rover Curiosity, da NASA, segue para a próxima etapa de sua missão. Agora, ele se dirige a uma região conhecida como “Caixa”, formada por rochas que lembram teias de aranha e que se estendem por quilômetros – possivelmente guardando pistas sobre o passado aquático do planeta.

curiosity
Rover Curiosity, em Marte. Crédito: Divulgação/NASA

O equipamento acaba de deixar Gediz Vallis, um canal nas encostas do Monte Sharp, na Cratera Gale, onde pousou em 2011. Durante os meses que passou explorando o local, ele fez descobertas significativas, mas também enfrentou desafios, como a danificação de suas rodas enquanto se deslocava pelas encostas íngremes.

De acordo com um comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, a “Caixa” – onde o rover deve chegar em janeiro – é uma área com características de superfície que se assemelham a tramas, com diâmetros variando entre 10 e 20 quilômetros. Essas formações rochosas, vistas pela primeira vez há décadas, nunca foram estudadas de perto.

Leia mais:

“Caixa” em Marte lembra formações terrestres

Vale ressaltar que as “teias” não são as famosas “aranhas de Marte”, formadas quando o gelo de dióxido de carbono sublima. As características da Caixa marciana lembram formações terrestres encontradas em cavernas, onde a água rica em calcita preenche fissuras nas rochas, endurecendo e criando estruturas cristalinas semelhantes a estalactites. 

Aqui na Terra, tais formações ocorrem em cavernas, como no Parque Nacional Wind Cave, nos EUA, mas, em Marte, acredita-se que sejam resultado da mineralização deixada por antigos lagos e oceanos.

Estrutura semelhante a uma teia encontrada no Parque Nacional Wind Cave, em Dakota do Sul. O rover Curiosity, da NASA, está se preparando para uma jornada rumo a uma formação semelhante que se estende por quilômetros na superfície de Marte. Crédito: NPS / Kim Acker via JPL NASA

Pesquisadores aguardam que o Curiosity possa fornecer mais informações sobre como essas estruturas se formaram e o que elas podem revelar sobre o passado aquoso do Planeta Vermelho. 

O estudo dos minerais presentes nessas formações pode ajudar a esclarecer a possibilidade de vida microbiana em Marte. Cientistas da missão, como Kirsten Siebach, da Universidade Rice, destacam que as condições no subsolo marciano poderiam ter sido favoráveis à sobrevivência de micróbios, o que torna a região da Caixa um alvo promissor para futuras descobertas. 

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.