STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes sociais em meio à pressão de big techs

O Google e a Meta defenderam o trabalho de moderação já realizado e criticaram possíveis mudanças nas regras para as redes sociais
Alessandro Di Lorenzo04/12/2024 10h18
Pasta com ícones de redes sociais em tela inicial de iPhone
(Imagem: Viktollio/Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento sobre a responsabilidade civil das redes sociais nos últimos dias. A terceira sessão será realizada nesta quarta-feira (4) e deve ser marcada pelo voto do ministro Dias Toffoli.

Às vésperas do encontro, duas das principais big techs envolvidas na discussão divulgaram posicionamentos sobre a regra que está em debate. O Google e a Meta defenderam o trabalho de moderação de conteúdo que já é realizado pelas plataformas.

Mudanças nas regras trariam maior impacto para as redes sociais

  • As manifestações ocorrem após uma mudança de posição do governo, que deixou de defender um caminho intermediário pelo Supremo e se manifestou pela derrubada da regra atual.
  • Segundo o artigo 19 do Marco Civil da Internet, as plataformas só estão sujeitas a pagar indenização por algo postado por terceiros se, após uma decisão judicial ordenando a retirada, mantiverem o conteúdo no ar.
  • As sessões anteriores foram marcadas por comentários críticos às redes.
  • O ministro Alexandre de Moraes, por exemplo, afirmou que os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 demonstraram a falência do sistema de autorregulação das plataformas.
  • As empresas, no entanto, garantem que realizam a moderação de conteúdo de modo proativo e tentam evitar mudanças drásticas no atual sistema.
Estátua na frente do STF
Terceira sessão do julgamento será realizada nesta quarta-feira (4) e deve ser marcada pelo voto do ministro Dias Toffoli (Imagem: Diego Grandi/Shutterstock)

Leia mais

Big techs defendem aperfeiçoamento do Marco Civil da Internet

Em nota, a Meta diz que “não há inércia” da empresa contra conteúdos nocivos, “ao contrário do que tem se ouvido no debate público”. E aponta que removeu 2,9 milhões de conteúdos de suas plataformas durante o período eleitoral por violação de suas políticas.

Já o Google afirma que “remove, com eficiência e em larga escala, conteúdos em violação às regras de cada uma de suas plataformas” e que “são centenas de milhões de conteúdos removidos por ano pela própria empresa”.

Cadeado em cima de um smartphone
Supremo julga se redes sociais têm responsabilidade por postagens ofensivas de seus usuários (Imagem: Primakov/Shutterstock)

A empresa ainda critica uma posição mais extrema, dizendo que “abolir regras que separam a responsabilidade civil das plataformas e dos usuários não contribuirá para o fim da circulação de conteúdos indesejados na internet”.

Ao mesmo tempo, as big techs concordam que o Marco Civil deve ser aprimorado, desde que se estabeleçam garantias procedimentais e critérios que evitem insegurança jurídica e o incentivo à censura. As informações são da Folha de São Paulo.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.