Misteriosa aurora azul surge no céu e desafia a compreensão dos cientistas

A aurora gerou um brilho de coloração azul, mas surpreendeu os cientistas por ter acontecido em baixas latitudes
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 06/12/2024 15h46
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Imagem: Earth, Planets and Space
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As auroras são fenômenos ópticos que ocorrem quando partículas do vento solar colidem com os gases da atmosfera terrestre, produzindo luz. No entanto, um caso um pouco diferente chamou a atenção dos cientistas.

Registrado neste ano, o fenômeno gerou um brilho azul. Isso não é exatamente inédito, mas surpreendeu por ter acontecido em baixas latitudes.

Pesquisadores analisaram imagens da aurora

  • Usando imagens captadas por cientistas no Japão, os físicos Sota Nanjo, do Instituto Sueco de Física Espacial, e Kazuo Shiokawa, da Universidade de Nagoya, descobriram a explicação mais provável para a misteriosa luz azul.
  • O trabalho sugere que os íons moleculares de nitrogênio podem ter acelerado para cima por algum mecanismo e foram responsáveis pela formação da aurora dominante azul.
  • Até o momento, no entanto, não é bem compreendido como os íons moleculares de nitrogênio com grande peso molecular podem existir em altitudes tão elevadas.
  • Eles costumam não durar muito tempo devido à sua massa pesada e são observados em grandes altitudes, diferentemente do que aconteceu neste ano.
Paisagem com aurora boreal
Auroras podem apresentar diversas cores (Imagem: Dimitri Tymchenko/Shutterstock)

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Não é possível determinar o que gerou a coloração diferenciada

Normalmente, auroras de baixa latitude têm uma coloração vermelha. Mas, em 11 de maio de 2024, um brilho rosa iluminou o céu e logo depois a cor azul apareceu. O fenômeno misterioso foi registrado por pessoas ao redor do mundo através dos smartphones.

Com a riqueza de imagens e vídeos coletados, os pesquisadores foram capazes de medir o fenômeno em detalhes. Eles descobriram que a aurora estava disposta em estruturas longitudinais que corriam ao longo das linhas do campo magnético, por cerca de 1.200 quilômetros.

Aurora misteriosa captada do espaço (Imagem: NASA)

O problema é que os fenômenos conhecidos pela ciência não se aplicam ou explicam o que foi verificado. Por isso, os cientistas acreditam que algum processo ainda não identificado na atmosfera da Terra tenha causado a coloração diferenciada.

Neste momento, a equipe afirmou que não é possível determinar que processo é este. No entanto, eles acreditam que, à medida que a atividade solar aumente nos próximos anos, casos como este devem se repetir, o que fornecerá uma base de dados maior para analisar melhor o fenômeno. As informações foram publicadas em estudo divulgado na revista Earth, Planets and Space.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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