Apple é processada por não proteger vítimas de abuso sexual infantil

Mulher de 27 anos acusa a empresa de não cumprir compromisso de combater a disseminação de material de abuso sexual infantil no iCloud
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Ignacio de Lima 09/12/2024 20h38
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Imagem: HakanGider / Shutterstock
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Uma mulher estado-unidense de 27 anos está processando a Apple por não proteger adequadamente vítimas de abuso sexual infantil.

No relato dado ao New York Times, ela conta que foi abusada por um parente na infância, que tirou fotos dela e as compartilhou online. A cada vez que as imagens são encontradas em dispositivos, como ocorreu em 2021, ela recebe notificações policiais.

O processo foi movido após a Apple introduzir e depois abandonar a ferramenta NeuralHash, que visava detectar e remover imagens de abuso sexual infantil armazenadas no iCloud.

A mulher, que usa um pseudônimo, alega que a Apple não cumpriu sua promessa de proteger vítimas, permitindo que essas imagens continuassem a se espalhar e forçando vítimas a reviver o trauma.

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Processo diz que falta de ação da Apple fez com que vítimas de abuso revivessem seus traumas – Imagem: sdx15/Shutterstock

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Detalhes do processo

  • O processo, aberto no Tribunal Distrital dos EUA, busca compensação para 2.680 vítimas e pode resultar em um prêmio de até US$ 1,2 bilhão.
  • A ação também critica a Apple por não ter usado ferramentas eficazes para evitar a disseminação de material ilegal, especialmente no iCloud, onde as imagens podem ser armazenadas sem verificação.
  • Embora a Apple tenha lançado ferramentas de segurança, como alertas em seu aplicativo de mensagens, ela foi criticada por não adotar medidas mais eficazes em relação ao material de abuso sexual infantil.
  • A empresa foi acusada de subnotificar esse tipo de conteúdo, em contraste com concorrentes como Google e Facebook, que registraram milhões de denúncias.

Esse processo faz parte de uma crescente pressão sobre empresas de tecnologia para serem responsabilizadas pela moderação de conteúdo abusivo.

A vítima que iniciou a ação declarou que considera inaceitável a escolha da Apple de priorizar privacidade e lucros, em vez de proteger vítimas. Por conta disso, ela decidiu processar a empresa para forçar mudanças, apesar do medo de ser identificada.

Apple não teria cumprido promessa de remover imagens de abuso sexual infantil, que seguiram sendo espalhadas via iCloud – Imagem: Shutterstock/Group Pictures
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.

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