Guerra dos chips: China lança investigação contra Nvidia

Em meio à guerra comercial de semicondutores, Pequim responde às restrições de exportação dos EUA com medidas que afetam a Nvidia
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Gabriel Sérvio 09/12/2024 19h55, atualizada em 06/01/2025 19h23
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Imagem: Yau Ming Low/Shutterstock
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A China iniciou uma investigação antitruste contra a Nvidia, a gigante norte-americana de chips, em uma resposta direta às restrições comerciais dos EUA. As informações são do Wall Street Journal.

A investigação foca no acordo de 2020 da Nvidia para adquirir a Mellanox Technologies, e o regulador antitruste chinês, Administração Estatal para Regulamentação de Mercado, suspeita que a Nvidia tenha violado as condições acordadas na fusão.

As condições incluíam o fornecimento contínuo de unidades de processamento gráfico (GPUs) e equipamentos de rede para a China, além de garantir que não haveria discriminação contra os clientes chineses.

A Nvidia, que representa uma parte significativa do mercado global de chips, tem visto sua receita na China cair, especialmente após as sanções dos EUA que a impediram de vender chips avançados para clientes chineses.

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Gigante dos chips está na mira das autoridades antitruste chinesas – Imagem: Mamun_Sheikh/Shutterstock

China responde às políticas agressivas dos EUA

  • Este movimento da China visa demonstrar que o país não ficará inativo diante das ações dos EUA, que recentemente ampliaram os controles sobre exportações de chips para a China, afetando empresas como a Nvidia.
  • A China, por sua vez, anunciou que reforçaria os controles de exportação de matérias-primas essenciais para a produção de chips avançados e equipamentos militares.
  • Além disso, diversas associações industriais chinesas alertaram contra a compra de chips americanos, demonstrando uma postura mais agressiva na guerra comercial de semicondutores entre os dois países.

Embora a Nvidia continue a operar na China, adaptando seus produtos às restrições, a tensão crescente entre os dois países pode levar a um maior desacoplamento econômico, especialmente no setor de tecnologia.

A investigação antitruste e as retaliações comerciais podem preparar o cenário para negociações mais amplas entre a nova administração de Trump e Pequim.

No entanto, especialistas indicam que a China pode limitar suas ações regulatórias para evitar uma escalada maior de tensões, embora o impacto no mercado global de semicondutores já esteja sendo sentido.

China e EUA seguem em conflito no mercado de semicondutores – Imagem: OnePixelStudio/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.