“Taxa das blusinhas”: Shein diz que aumento do ICMS é injustiça com os mais pobres

A Shein destacou que a medida vai impactar as classes sociais mais baixas, dificultando o acesso do público a produtos mais baratos
Alessandro Di Lorenzo10/12/2024 10h05
shein-1-1920x1080
Imagem: T. Schneider/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A decisão do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados (Comsefaz) de elevar de 17% para 20% a alíquota de ICMS para o Programa Remessa Conforme continua gerando discussões. A medida representa um aumento na chamada “taxa das blusinhas”, a taxação de produtos vendidos por sites estrangeiros.

Dessa vez, a Shein se pronunciou sobre o caso. A empresa chinesa destacou que as pessoas de classes sociais mais baixas serão as mais afetadas pelo aumento, dificultando o acesso deste público a produtos mais baratos.

“Taxa das blusinhas” vai ficar mais salgada

Em comunicado, a Shein afirmou que a população brasileira já paga a maior carga tributária do mundo em compras realizadas em plataformas estrangeiras. Além disso, destacou que o novo aumento vai contra as necessidades do público.

Shein
Plataforma chinesa chamou a medida de injusta (Imagem: Kaspars Grinvalds/Shutterstock)

Segundo a empresa, as pessoas de classes de renda mais baixa (C, D e E) representam aproximadamente 88% dos compradores da sua plataforma. No total, isso representa cerca de 44 milhões dos 50 milhões de consumidores da companhia no Brasil.

A chinesa finalizou dizendo que tem compromisso com o desenvolvimento econômico do país e entende a necessidade do controle econômico dos governos estaduais. No entanto, classificou o aumento da taxação como injusta.

Leia mais

carrinho de compras com caixas dentro em cima de teclado de computador
Alíquota de ICMS para compras internacionais passou de 17% para 20% (Imagem: Maxx Studio/Shutterstock)

Nova taxação ainda não entrou em vigor

  • O aumento da alíquota era uma demanda do varejo brasileiro, bastante impactado pela concorrência das plataformas estrangeiras, especialmente as chinesas.
  • A “taxa das blusinhas” instituiu, em agosto passado, alíquota de 20% a título de imposto de importação às compras efetuadas em sites estrangeiros com valor até US$ 50.
  • Além disso, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), com taxa de 17%, também era cobrado.
  • Este imposto agora passará a ser de 20% em todos os estados e no Distrito Federal, o que deve impactar o preço dos produtos.
  • Segundo o Comsefaz, a elevação da alíquota ainda passará por aprovações em cada estado antes de entrar em vigor. 
  • Não foi informada uma data para que isso aconteça.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.