Algoritmo criado por brasileiro auxilia no tratamento do Parkinson

O mecanismo pode auxiliar na análise do tremor e, por consequência, na definição da terapia e da dosagem da medicação para pacientes
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 13/12/2024 11h11
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Imagem: Daisy Daisy/ Shutterstock
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Um cientista brasileiro desenvolveu um algoritmo capaz de quantificar os movimentos captados por um sensor vestível, neste caso um relógio inteligente de pulso. O objetivo é usar o dispositivo para acompanhar o tratamento de pacientes que sofrem com mal de Parkinson.

Segundo Caetano Ternes Coimbra, pesquisador da Unicamp, o mecanismo pode auxiliar na análise do tremor e, por consequência, na definição da terapia e da dosagem da medicação. A ferramenta também serve para que os próprios pacientes consigam verificar melhoras nos sintomas.

Algoritmo vai detectar sob quais condições o tremor ocorreu

Ao todo, foram desenvolvidos dez aplicativos para um relógio comercial de uso diário, um Galaxy Watch da Samsung. O dispositivo oferece uma solução prática, de baixo custo e confiável para o monitoramento do sono, da ansiedade, da hipertensão, da diabetes e de tremores patológicos e fisiológicos, entre os quais os decorrentes do Parkinson.

Para além da captura de dados, o cientista buscou criar um algoritmo que identifique sob quais condições o tremor ocorreu. O paciente leva para casa o relógio que vai medir o tremor, automática e continuamente, registrando em que horário ele melhorou ou piorou.

Relógio mede tremores causados pelo Parkinson (Imagem: reprodução/Jornal da Unicamp)

O protocolo criado por Coimbra envolve dois tipos de aparelho: a eletroneuromiografia, que mede a ativação dos músculos responsáveis pelo tremor; e o relógio de acelerometria, que mede a aceleração em que se moveu aquele pedaço do corpo.

O algoritmo ainda tem o potencial para ser aplicado a outros sintomas, como bradicinesia (a lentidão de movimento), além de tremores. As informações são do Jornal da Unicamp.

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A ferramenta serve para que os próprios pacientes consigam verificar melhoras nos sintomas (Imagem: SpeedKingz/Shutterstock)

Objetivo é medir objetivamente evolução dos pacientes

  • Atualmente, cerca de 2% dos idosos sofrem com o mal de Parkinson.
  • São mais de quatro milhões de pessoas acometidas pela doença degenerativa cujos sintomas incluem tremores e lentidão dos movimentos.
  • E em apenas 10% dos casos há um diagnóstico feito antes dos 45 anos de idade.
  • Este cenário dificulta a percepção de melhora nos pacientes.
  • Por isso, o desenvolvimento do algoritmo pode ser fundamental para medir objetivamente a evolução do quadro de saúde das pessoas.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.