O Instituto para o Progresso da Descarbonização Global alertou que a China já pode ter atingido o pico de emissões anuais de gases de efeito estufa. Isso significaria que a marca foi alcançada muito antes do previsto pelo próprio governo chinês, que esperava atingir este resultado em 2030.
O grande questionamento dos analistas é o que acontecerá depois disso. Será que Pequim manterá estes números elevados antes de trabalhar para cumprir sua meta de emissões líquidas zero até 2060? Ou haverá uma redução gradual?
Futuro ainda é incerto
- O rumo a ser seguido pela China trará impactos ao mundo todo.
- De acordo com a Climate Analytics, o país pode adicionar 13 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO₂) por ano à atmosfera.
- Isso, por si só, já garantiria que os compromissos adotados no Acordo de Paris não fossem atingidos.
- Em outras palavras, as temperaturas do nosso planeta ultrapassariam, com folga, os 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais.
- Especialistas destacam que atingir o pico de emissões pode significar que o quadro não será agravado, mas não necessariamente que a liberação de gases de efeito estufa serão reduzidos.
- E este quadro é ainda mais preocupante em relação à China, país que tem sido responsável por cerca de metade de todas as emissões desde o início deste século.
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Promessas chinesas de redução nas emissões são vistas com desconfiança
Especialistas explicam que, para que a China tenha sucesso na transição energética, o país precisa começar a reduzir as emissões imediatamente. Isso significa estabelecer uma meta ambiciosa já para 2035.
Pequim deve se comprometer a reduzir os gases de efeito estufa em pelo menos 30% abaixo dos níveis atuais até a data, de acordo com o Asia Society Policy Institute. Atingindo este resultado, a nação se tornaria um exemplo climático global.
No entanto, nem todos acreditam que o governo chinês está disposto a enfrentar este enorme desafio. A maior preocupação é que a meta estabelecida pelo regime de Xi Jinping seja um pouco menor, de cerca de 10%, o que seria mais fácil de ser atingido (mas não o suficiente para o planeta).
Durante a COP29, conferência do clima realizada no mês passado em Baku, no Azerbaijão, Liu Zhenmin, enviado especial da China, disse que as metas atualizadas do país cobririam todos os gases de efeito estufa e se concentrariam no controle total, não apenas na redução da intensidade das emissões das indústrias.
Segundo ele, nos próximos 10 anos, haverá um grande salto nas ações de redução de emissões e transformação de energia. Os ambientalistas esperam que esta promessa seja cumprida. As informações são do The Washington Post.
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