Astrônomo registra objeto colidindo com a Lua

A hipótese mais provável para o impacto registrado na Lua é que seja resultado da chuva de meteoros Geminídeas
Flavia Correia17/12/2024 11h34, atualizada em 17/12/2024 11h38
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Astrônomo registra momento em que algo colide com a Lua. Crédito: Daichi Fujii via X
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Na noite de 8 de dezembro, um astrônomo no Japão capturou o momento exato em que um objeto colidiu com a superfície da Lua, gerando um clarão visível. A principal suspeita é que o impacto tenha sido causado por um fragmento do asteroide responsável pela chuva de meteoros Geminídeas, que ocorre anualmente entre os dias 4 e 17 de dezembro.

Diferentemente de outras chuvas de meteoros, que são geradas por resíduos de cometas, a Geminídeas é formada por detritos do asteroide 3200 Faetonte. Medindo cerca de 5,8 km de largura, esse asteroide “imita” o comportamento de um cometa. Quando se aproxima do Sol, ele aquece e libera sódio, o que o faz brilhar mais intensamente, como ocorre com cometas que lançam gases e poeira sob altas temperaturas.

Faetonte foi descoberto em 1983 e logo teve sua órbita associada à chuva de meteoros Geminídeas. “A trajetória dos meteoros coincidiu com a órbita de Faetonte, confirmando que ele era a fonte”, explicou Serena Whitfield em um blog da NASA.

Impacto na Lua registrado em 2023. Crédito: Daichi Fujii via X

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Falta de atmosfera na Lua faz objetos impactarem diretamente a superfície

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o pico de atividade da chuva de meteoros Geminídeas foi na madrugada de sábado (14), quando puderam ser observados até 50 rastros de luz por hora no Brasil, dependendo da localidade e das condições do céu.

Apesar de haver indícios de que grupos de meteoroides possam conter objetos maiores e potencialmente perigosos, a maioria deles acaba se desintegrando ao entrar em nossa atmosfera. Esse processo, que resulta em um rastro luminoso visível, é o que chamamos de “meteoro”. E como a Lua não tem atmosfera, os objetos colidem diretamente com sua superfície, causando impactos visíveis.

O astrônomo Daichi Fujii, curador do Museu da Cidade de Hiratsuka, no Japão, registrou o impacto com câmeras de alta velocidade. “Meteoros e bolas de fogo aparecem todos os dias, mas os flashes lunares têm ocorrido com mais frequência”, relatou Fujii no X (antigo Twitter).

Embora a chuva de meteoros Geminídeas seja uma causa possível para o impacto, isso não está completamente claro. “Dada a posição do radiante, existe a possibilidade de que esses flashes de impacto lunar estejam associados à chuva de meteoros Geminídeas”, afirmou Robert Lunsford, da Sociedade Americana de Meteoros, ao guia de observação astronômica EarthSky. “No entanto, como os meteoros esporádicos ainda superam as Geminídeas nas observações de meteoros terrestres, podem ser meteoros esporádicos”.

Em uma pesquisa realizada em 2015, a NASA revelou que, em 2006, foram observados 19 impactos lunares causados pelos Geminídeos. Já em 2010, a agência registrou 21 impactos desse mesmo tipo na superfície lunar, representando 55% do total de colisões registradas na Lua naquele ano.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.