A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala de trabalho 6×1 atingiu nesta semana a quantidade de assinaturas necessárias para sua tramitação no Congresso Nacional. O texto foi apresentado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP).
O tema tem sido motivo de muitos debates, inclusive nas redes sociais, nas últimas semanas. Segundo o professor Arnaldo Nogueira, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (USP), a proposta é um avanço pela vida do trabalhador.
Questões sociais fazem parte da discussão
O especialista destaca que a proposta não se limita apenas à motivação econômica, mas também às questões sociais de saúde física e mental, além de culturais, que entremeiam esse ambiente.
O professor também ressalta a importância de se incluir os trabalhadores informais, como entregadores de aplicativos, no texto, por se tratar de uma das parcelas mais vulneráveis do mercado de trabalho.

No Brasil, nós saímos de 48 para 44, mas certamente o 6×1 é amplamente utilizado, inclusive trabalhando todos os dias da semana e metade do sábado ainda. Eu tenho a impressão que, para pensar uma sociedade mais civilizada, que respeita mais as condições de vida e trabalho das pessoas, nós já teríamos que ter avançado nesse terreno, pelo menos ter limitado 40 horas como mínimo da jornada de trabalho.
Arnaldo Nogueira, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP
Nogueira ainda ressalta que a redução da jornada de trabalho tem que ser articulada com um projeto de sociedade. As informações são do Jornal da USP.
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Redução de trabalho aumentaria a produtividade, diz especialista
- O professor explica que os argumentos contrários à proposta têm origem nos setores empresariais.
- Para ele, ao contrário do que é dito, a redução de trabalho aumentaria a produtividade.
- De acordo com o especialista, se você trabalhar menos e produzir o mesmo em 44, você já teria um ganho de produtividade.
- Ao mesmo tempo, Nogueira destaca que o país precisa resolver a baixa qualificação do trabalho no Brasil.