Guerra dos chips: corte de gastos em Taiwan pode impactar produção

O temor é que a medida prejudique as operações de empresas como Micron, AMD e Nvidia, que possuem acordos com o governo de Taiwan
Alessandro Di Lorenzo27/12/2024 11h05
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Imagem: William Potter/Shutterstock
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Taiwan é um dos principais produtores de chips semicondutores do mundo e tem atraído cada vez mais a atenção do mundo em função da disputa tecnológica entre China e Estados Unidos. Por isso, existe o temor de que qualquer mudança na ilha possa afetar seriamente o setor.

Recentemente, os partidos de oposição taiwaneses aprovaram leis exigindo cortes nos gastos econômicos e tecnológicos do governo. De acordo com o Ministério da Ciência de Taiwan, a medida pode impactar os mercados de semicondutores, inteligência artificial e aeroespacial.

Governo de Taiwan contesta medida

Os partidos de oposição de Taiwan, que detêm a maioria no parlamento, aprovaram uma nova legislação que redireciona parte dos gastos do governo central para os municípios locais. A medida foi fortemente contestada pelo Partido Democrático Progressista (DPP), que está no poder.

Chips da Intel e AMD
Medida prevê corte nos investimentos do governo em empresas do setor (Imagem: Juan D./Pixabay)

A estimativa do Ministério da Ciência e Tecnologia da ilha é que os investimentos sejam reduzidos em US$ 11,6 bilhões (mais de R$ 70 bilhões). Isso impactaria diretamente as operações de empresas estrangeiras.

A Micron, a AMD e a Nvidia, por exemplo, se inscreveram para projetos de colaboração tecnológica com o governo taiwanês. Agora parte destes investimentos pode estar sob risco. As informações são da Reuters.

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Guerra dos chips entre EUA e China
EUA querem impedir acesso da China aos chips semicondutores (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
  • Neste cenário, uma possível diminuição dos investimentos e até da produção de chips em Taiwan poderia prejudicar o movimento da Casa Branca, beneficiando os rivais chineses, que já buscam alternativas a partir da valorização da indústria doméstica.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.