Imagens de satélites revelam derretimento de gelo recorde na Groenlândia

Segundo cientistas, o derretimento da Groenlândia contribui para o aumento do nível do mar e interrompe os padrões climáticos em todo o mundo
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Flavia Correia 02/01/2025 21h20, atualizada em 24/01/2025 09h51
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Groenlândia. Imagem: Vadim_N/Shutterstock
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Uma missão realizada pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA) mediu, pela primeira vez, a mudança de forma da camada de gelo da Groenlândia. Para isso, satélites das duas entidades atuaram de forma conjunta.

Segundo os cientistas, a colaboração permitiu medir a profundidade da neve do espaço, oferecendo uma precisão sem precedentes no rastreamento da espessura do gelo marinho e terrestre. As descobertas indicaram que está ocorrendo um rápido derretimento da camada de gelo no local.

Satélites foram combinados

  • Embora os satélites das agências espaciais carreguem altímetros como sensor primário, eles fazem uso de diferentes tecnologias para coletar suas medições.
  • O CryoSat, da ESA, usa um sistema de radar para determinar a altura da superfície da Terra, enquanto o ICESat-2, da NASA, utiliza um sistema de laser para a mesma tarefa.
  • Os cientistas explicam que os sinais de radar passam pelas nuvens, mas apresentam dificuldades para penetrar na superfície da camada de gelo.
  • Já os sinais de laser não conseguem ultrapassar a barreira criada pelas nuvens.
  • Por conta disso, os equipamentos foram combinados para coletar os dados da melhor forma possível.

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Derretimento de gelo na região provoca impactos globais

As conclusões foram apresentadas em um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters. Segundo o trabalho, as mudanças climáticas estão impulsionando o rápido derretimento da camada de gelo da Groenlândia, contribuindo para o aumento global do nível do mar e interrompendo os padrões climáticos em todo o mundo.

Entre 2010 e 2023, a camada de gelo da região diminuiu 1,2 m em média. No entanto, mudanças muito maiores ocorreram na zona de ablação da camada de gelo, onde o derretimento do verão excede a queda de neve do inverno. Lá, a redução média foi de 6,4 m.

Derretimento do gelo da Groenlândia pode causar aumento dramático do nível do mar (Imagem: Lovelypeace/Shutterstock)

O afinamento mais extremo ocorreu nas geleiras de saída das camadas de gelo. Em Sermeq Kujalleq, no centro-oeste da Groenlândia, a redução foi de impressionantes 67 m, enquanto em Zachariae Isstrøm, no nordeste, o derretimento chegou a 75 m.

Ao todo, a camada de gelo da Groenlândia encolheu 2.347 quilômetros cúbicos durante o período de pesquisa. As maiores mudanças ocorreram em 2012 e 2019, quando a redução foi de 400 quilômetros cúbicos.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.