Qual foi o ano mais longo da história e quantos dias ele durou?

Chamado de o "ano da confusão", ele teve muito mais dias do que o normal, o que levou a uma mudança no calendário romano
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Flavia Correia 02/01/2025 12h00, atualizada em 24/01/2025 09h52
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Nem sempre os anos tiveram a mesma quantidade de dias. Imagem: Iuliia Pilipeichenko/Shutterstock
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Um ano dura 365 dias, com exceção dos anos bissextos, com 366. Este cálculo leva em conta o período que demora para a Terra dar uma volta completa em torno do Sol, movimento conhecido como translação.

Mais especificamente, toda essa volta leva 365 dias, 5 horas, 45 minutos e 46 segundos. E é justamente por isso que existem anos com um dia a mais (para compensar os números “quebrados” e deixar tudo em perfeita harmonia).

Um ano de 445 dias

  • Nosso calendário é uma convenção social que fatia o tempo em dias, meses e anos;
  • Atualmente, a humanidade atingiu o ponto mais equilibrado possível na adaptação do ano orbital aos nossos anos civis, incluindo a adição de “segundos bissextos” para manter a sincronização;
  • No entanto, os calendários antigos não eram tão precisos;
  • Se voltarmos na história, nos deparamos com o ano de 46 a.C., que teve 445 dias no total;
  • Isso significa que aquele ano durou 80 dias a mais do que o que hoje é o normal.

Mas, como explicar esse fenômeno?

Na antiguidade, os calendários eram completamente diferentes (Imagem: Andrey_Popov/Shutterstock)

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Anomalia levou a uma mudança no calendário romano

Antes do calendário juliano ser introduzido por Júlio César (que depois foi substituído pelo calendário gregoriano, que usamos até hoje), o ano era contado de forma muito diferente. Os meses de março, maio, julho e outubro tinham 31 dias cada. Os outros eram mais curtos, com 29 dias. A exceção, como sempre, era fevereiro e seus 28 dias.

O resultado disso foi que o calendário da época ficou totalmente fora de sincronia em relação ao movimento de translação. Para se ter uma ideia, em 200 a.C., um eclipse quase total ocorreu no dia 11 de julho. No entanto, segundo o calendário atual, isso teria acontecido em 14 de março: quase quatro meses de diferença!

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Estátua de Júlio César, responsável por criar o calendário juliano. Imagem: Jule_Berlin/Shutterstock

Foi todo este cenário que provocou uma grande anomalia em 46 a.C. O ano teve incríveis 445 dias, se tornando o mais longo da história humana e recebendo o nome de annus confusionis, ou o “ano da confusão”.

Essas imperfeições foram corrigidas no ano seguinte, 45 a.C., quando foram adicionados mais dias para todos os meses, exceto fevereiro. Isso elevou para o total atual de 365 dias.

Ainda foram inseridos dois meses entre novembro e dezembro, na tentativa de adequar ainda mais o calendário com a movimentação orbital do planeta, mas essa medida foi abandonada logo no ano seguinte. As informações são do IFLScience.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.