O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes comentou sobre falas do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, ao anunciar o encerramento da checagem de fatos nas plataformas da big tech. “As redes sociais não são terra sem lei“, disse o ministro.
A empresa anunciou, na terça-feira (07), que vai encerrar seu programa de verificação de fatos, começando pelos EUA. No lugar, as redes sociais da Meta terão “notas da comunidade” – espaço onde usuários corrigem informações das postagens. É um recurso inspirado numa prática que pegou no X (antigo Twitter).
No Brasil, [redes sociais] só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira. Independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs.
Ministro do STF Alexandre de Moraes sobre mudanças recentes na política da Meta
O ministro também afirmou que as plataformas digitais contribuíram para disseminar discursos de ódio e movimentações golpistas que culminaram nos ataques à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. A fala ocorreu na quarta-feira (08), durante cerimônia para marcar os dois anos dos ataques, segundo o G1.
Mudança na política da Meta levanta preocupações sobre aumento de desinformação e circulação de fake news
O Palácio do Planalto e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) observam com apreensão o alinhamento da Meta com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump – reforçado pelas mudanças recentes na política da big tech.

“Essa decisão não auxilia a democracia e o respeito à diversidade. É um retrocesso para a humanidade”, diz um ministro do TSE ouvido pela coluna da Malu Gaspar no jornal O Globo. A decisão mencionada pelo ministro diz respeito ao encerramento do programa de fact-checking e à remoção de restrições de conteúdo sobre temas como imigração e gênero (saiba mais nesta matéria do Olhar Digital).
Ainda de acordo com a coluna, as mudanças recentes na Meta provoca temores no Planalto e no TSE de retrocesso no enfrentamento à circulação de fake news nas plataformas.
Esse foi justamente o assunto da coluna Fala AI da edição de terça do Olhar Digital News. Confira abaixo o que Roberto “Pena” Spinelli, físico pela USP com especialidade em Machine Learning por Stanford e pesquisador na área de IA, falou sobre:
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Outras reações

A Comissão Europeia – órgão vinculado à União Europeia (UE) – e o ministro-chefe da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, também comentaram sobre as falas de Zuckerberg no anúncio das mudanças na política da Meta.
- Ao falar sobre o encerramento do programa de checagem de fatos da Meta, o CEO da big tech, Mark Zuckerberg, criticou práticas da Europa e da América Latina (numa referência velada ao Brasil) voltadas para moderação de conteúdo;
- Em relação ao Velho Continente, Zuckerberg disse que suas leis “institucionalizaram a censura”. Já sobre a América Latina, o CEO afirmou que “Cortes secretas” obrigam empresas a derrubarem conteúdos.
Confira as respostas da Europa e do Brasil sobre as falas de Zuckerberg nesta matéria do Olhar Digital.