“Não é censura”: ONU critica mudanças na Meta

De acordo com a ONU, autorizar discursos de ódio e conteúdos prejudiciais na internet tem consequências no mundo real
Alessandro Di Lorenzo10/01/2025 14h49
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Imagem: Ink Drop/Shutterstock
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A Organização das Nações Unidas (ONU) é mais uma entidade a se pronunciar sobre a decisão da Meta de encerrar seu programa de verificação de fatos. O Alto Comissário do órgão para os direitos humanos, Volker Türk, afirmou que regulamentar o discurso de ódio na internet “não é censura”.

O representante da entidade ainda observou que “autorizar discursos de ódio e conteúdos prejudiciais na internet tem consequências no mundo real”. Ele também fez um apelo à “responsabilidade e governança no espaço digital, em conformidade com os direitos humanos”.

ONU pode deixar redes sociais no futuro

  • Questionada sobre a presença da ONU nas redes X (antigo Twitter) e da Meta, Michele Zaccheo, oficial de comunicações da ONU em Genebra, disse que as Nações Unidas “monitoram e avaliam constantemente” esses espaços online.
  • Para ela, é importante continuar presente nas plataformas apresentando informações baseadas em evidências.
  • Já a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Harris, observou que o papel dessas redes para a organização “é fornecer boa informação científica sobre saúde e devemos fazê-lo onde as pessoas procuram, portanto estaremos presentes em todas as plataformas, na medida do possível”.
Sede das Nações Unidas em Nova York
ONU é mais uma entidade a condenar anúncio da Meta (Imagem: Arnaldo Jr/Shutterstock)

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As mudanças da Meta

O anúncio das mudanças na moderação do conteúdo da Meta foi feito por Mark Zuckerberg. Em pronunciamento, ele afirmou que os verificadores “têm sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram”.

Além disso, citou indiretamente o Brasil ao afirmar que “tribunais secretos da América Latina ordenam remoção silenciosa de conteúdos” em redes sociais. No entanto, não apresentou qualquer tipo de prova sobre a questão.

Celular com logomarca da Meta na tela colocado em cima de teclado de notebook
Mudanças na Meta foram anunciadas nesta semana (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

Zuckerberg também assumiu que, com o fim da verificação por terceiros, “menos coisas ruins serão percebidas” pela plataforma. “Mas também vai cair a quantidade de posts e contas de pessoas inocentes que, acidentalmente, derrubamos.”

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.