Google dá passo importante em direção à IA Geral

A ideia é desenvolver uma inteligência artificial que possa realizar qualquer tarefa intelectual no nível dos humanos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 10/01/2025 12h25, atualizada em 11/01/2025 00h07
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O DeepMind, empresa de inteligência artificial do Google, está formando uma equipe para trabalhar em um dos objetivos mais ambiciosos na área de IA. A ideia é desenvolver sistemas capazes de compreender e replicar o mundo físico.

Conhecidos como modelos mundiais, eles funcionam a partir de um algoritmo capaz de criar uma representação interna do mundo físico. É como se a tecnologia obtivesse um meio de prever eventos futuros e compreender como as coisas interagem no mundo real.

IA Geral representaria uma nova revolução tecnológica

  • Vamos pensar num exemplo simples.
  • Um modelo generativo tradicional pode reconhecer que uma bola de basquete está quicando, mas não tem ideia do motivo pelo qual isso está acontecendo.
  • Já um modelo mundial pode analisar o rebote e compreender as leis físicas por trás dele: o peso da bola, a força aplicada, a gravidade.
  • Basicamente, esses algoritmos buscam replicar a intuição humana, aquela capacidade de raciocinar sobre o mundo com base no conhecimento implícito e na experiência anterior.
  • Esses sistemas são considerados fundamentais para alcançar a IA Geral, ou seja, uma inteligência artificial que pode realizar qualquer tarefa intelectual no nível dos humanos (ou até melhor).
Cérebro com os dizeres "AI" dentro
A ideia é que a IA seja capaz de compreender e replicar o mundo físico (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

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DeepMind tem concorrência pesada

Para atingir este objetivo, o DeepMind começou a recrutar os melhores engenheiros e investigadores. As ofertas de emprego são focadas em especialistas em treinamento de modelos generativos em grande escala, curadoria de dados e sistemas de linguagem multimodais.

Mas a empresa do Google tem concorrência. Diversas organizações tecnológicas já têm apostado em modelos mundiais e nos seus aplicativos. É o caso do World Labs, uma startup cofundada por pesos pesados como Fei-Fei Li e Justin Johnson. Por outro lado, a Nvidia já apresentou o Cosmos, a sua nova plataforma que combina modelos generativos avançados para criar sistemas de IA capazes de operar veículos autónomos e robôs em ambientes físicos complexos.

Google Deepmind 1
Google DeepMind trabalha no desenvolvimento de uma IA Geral (Imagem: Iljanaresvara Studio/Shutterstock)

Os especialistas concordam que o avanço da tecnologia não só melhorará a capacidade das máquinas interagirem com o seu ambiente, mas também lhes permitirá executar tarefas com precisão e eficiência comparáveis (ou superiores) às dos seres humanos. No entanto, existem algumas discussões sobre os limites éticos e os perigos que esse avanço pode trazer para a humanidade.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.