Pensamentos intrusivos podem ter relação com nosso sono

Falta de sono interfere no funcionamento do cérebro, dificultando controle de pensamentos intrusivos, revela estudo
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Rodrigo Mozelli 11/01/2025 03h00, atualizada em 24/01/2025 10h01
Homem sentado em uma cama, à noite, com a mão no rosto
Pesquisa aponta que é vital ter boa noite de sono, o que também pode ajudar na compreensão de distúrbios mentais (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um estudo recente, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, revelou que a privação do sono pode prejudicar a capacidade do cérebro de suprimir memórias indesejadas e pensamentos intrusivos.

Pesquisadores da Universidade de York (Canadá), em colaboração com a Universidade de East Anglia (Reino Unido), descobriram que a falta de sono interfere na função do córtex pré-frontal, dificultando a inibição de memórias que, normalmente, seriam suprimidas.

Estudo oferece novas perspectivas para tratamentos de distúrbios mentais relacionados ao sono (Imagem: puhhha/Shutterstock)

O Dr. Scott Cairney, da Universidade de York, explicou que a supressão de memórias indesejadas é uma função inteligente do cérebro, que enfraquece a conexão entre as lembranças e impede que a experiência completa seja relembrada.

Para investigar isso, os cientistas realizaram pesquisa com 85 adultos saudáveis, metade dos quais teve uma boa noite de sono, enquanto a outra metade ficou acordada.

Leia mais:

Descobertas do estudo sobre sono e más lembranças

  • Durante o experimento, os participantes foram solicitados a lembrar ou suprimir memórias associadas a rostos e cenas emocionalmente negativas;
  • Os resultados mostraram que os participantes que haviam descansado ativamente o córtex pré-frontal reduziram a atividade no hipocampo ao tentar suprimir memórias, enquanto os privados de sono tiveram dificuldade em realizar esse processo;
  • Além disso, os que tiveram mais sono REM (Rapid Eye Movement, fase na qual sonhamos) foram mais eficazes em ativar o córtex pré-frontal, sugerindo que essa fase do sono é crucial para restaurar os mecanismos cerebrais que ajudam a controlar memórias indesejadas.

O Dr. Cairney ressaltou a importância desse estudo para a compreensão de distúrbios mentais, como ansiedade, depressão e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), pois essas condições estão frequentemente associadas à dificuldade de sono e ao aumento de pensamentos negativos.

O estudo sugere que melhorar o sono poderia ajudar a restaurar essas funções cerebrais, oferecendo novas perspectivas para tratamentos e terapias comportamentais.

sono
Estudo mostrou como privação do sono pode prejudicar funções de nosso cérebro (Imagem: rookie idea/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.