Lula sanciona proibição do uso de celular nas escolas

Lei tem até 30 dias para ser regulamentada e vale para escolas públicas e particulares
Vitoria Lopes Gomez13/01/2025 17h26, atualizada em 13/01/2025 20h40
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta segunda-feira (13) o projeto de lei que proíbe o uso de celular para alunos nas escolas. A medida vale para instituições públicas e privadas, com exceção de uso para fins pedagógicos e em emergências.

O político destacou o caráter corajoso da lei, que segue o exemplo de outros países que já limitaram uso dos aparelhos em instituições de ensino.

Mesa com alunos do ensino médio, todos segurando vários dispositivos digitais, como telefones e tablets, durante uma aula
Lula destacou “coragem” do Congresso em aprovar PL (Imagem: LBeddoe/Shutterstock)

Lula sanciona lei que proíbe celulares nas escolas

Com a nova lei, aparelhos celulares não poderão ser usados nas escolas públicas e particulares, seja no horário de aula, recreio ou atividades extracurriculares. As exceções são o uso para fins pedagógicos ou em casos de emergência, como garantir acessibilidade ou para alunos diabéticos, que usam o aparelho para medir a glicemia. A lei será regulamentada pelo governo em até 30 dias.

Além da proibição dos celulares nas escolas, o PL prevê a criação de espaços de acolhimento para alunos com uso desenfreado das telas, que podem enfrentar algum “sofrimento psíquico e mental” pela ausência do aparelho.

As instituições também terão que criar estratégias para abordar o tema da saúde mental, de forma a instruir alunos sobre os “riscos, sinais e a prevenção do sofrimento psíquico de crianças e adolescentes, incluídos o uso imoderado dos aparelhos”.

Ainda, de acordo com o Ministro da Educação, Camilo Santana, que esteve junto de Lula na ocasião, as redes de ensino terão autonomia para desenhar as estratégias de proibição.

Lula esteve acompanhado do Ministro da Educação, Camilo Santana (Imagem: Gov.br/Reprodução/Redes sociais)

PL teve aprovação de diferentes espectros

A lei passou por mudanças durante seu período de aprovação, mas, no geral, contou com apoio de diferentes partidos do espectro político, desde o Partido dos Trabalhadores (PT, de Lula) até o Partido Liberal (PL, antigo partido de Jair Bolsonaro).

O ministro da Educação, Camilo Santana, reforçou que o brasileiro é a segunda nacionalidade que mais uso celulares no mundo, o que dificulta para os pais “segurarem esses acessos”. A lei vem no sentido de limitar o tempo de tela nas escolas a fins pedagógicos e didáticos.

Leia mais:

Brasil não é o primeiro país a proibir celulares nas escolas

  • O Brasil não é o primeiro país a tomar essa decisão. Segundo o Relatório Global e Monitoramento da Educação da Unesco, um a cada quatro países do mundo já tomou medidas para proibir celulares nas escolas. Alguns deles são França, Espanha, Suíça e México;
  • Estudos internacionais e nacionais vêm apontando problemas no uso excessivo dos aparelhos, como a distração durante as aulas.
  • Durante live transmitida nas redes sociais, o presidente Lula chamou a aprovação do Congresso de “ato de coragem”, seguindo a linha de outros países. O político também parabenizou Camilo Santana e destacou a necessidade de “viver em comunidade”.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

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