O que está por trás da fusão entre Honda, Nissan e Mitsubishi?

O processo de fusão deve levar dois anos até ser finalizado e formará o terceiro maior grupo automobilístico do mundo
Alessandro Di Lorenzo14/01/2025 06h32
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Imagem: divulgação/Nissan
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No final do ano passado, Honda, Nissan e Mitsubishi anunciaram um acordo que prevê a fusão das marcas. O processo deve levar dois anos até ser completamente finalizado e formará o terceiro maior grupo automobilístico do mundo, atrás apenas de Toyota e Volkswagen.

Estamos falando de um negócio de US$ 58 bilhões (cerca de R$ 354 bilhões), com potencial de produção de quase oito milhões de veículos. Mas o que levou as tradicionais montadoras japonesas a decidirem pela união?

As vantagens da parceria

O principal objetivo da fusão é concorrer com as montadoras chinesas. No final de dezembro, o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, observou o seu desejo de “construir capacidades para lutar” contra as empresas de Pequim até 2030, afirmando que, “caso contrário, seremos derrotados”.

A Honda está olhando para a Nissan como uma forma de reduzir os custos em torno de futuros veículos definidos por software (SDV). A empresa também está interessada nos veículos maiores da parceira, aumentando o catálogo de modelos que pode ser oferecido para os clientes no futuro.

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Parceria pode representar alívio para a crise enfrentada pela Nissan (Imagem: Alexiushan/Shutterstock)

Já para a Nissan, que enfrenta uma grave crise, entrar na parceria pode significar uma reviravolta nas contas. Apesar disso, os envolvidos afirmam que a intenção não é “salvar” a empresa, e sim fazer uma adaptação drástica no ambiente da montadora.

A Mitsubishi, por sua vez, pode se beneficiar de uma rede de distribuição muito maior para seus carros, mas também corre o risco de perder sua identidade de uma forma geral. As informações são da The Verge.

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Honda deverá ter papel central na parceria (Imagem: Jevanto Productions/Shutterstock)

Maior fusão entre montadoras da história do Japão

  • O que se sabe até agora é que as companhias vão operar por meio de uma holding ainda sem nome definido, mas com a Honda assumindo o papel principal.
  • Não está claro, por outro lado, se Nissan e Mitsubishi manteriam sua estrutura organizacional ou se farão parte de uma única empresa com o nome Honda.
  • Já a Renault, proprietária de cerca de um terço da Nissan, afirma que “vai considerar todas as opções pensando no melhor interesse do grupo e seus acionistas”, indicando que não fará parte do acordo.
  • Se concluída esta será a maior fusão entre empresas da história do Japão.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.