O fenômeno climático La Niña retornou ao Oceano Pacífico em dezembro de 2024, com previsão de duração de alguns meses. Caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico tropical, o La Niña impacta os padrões de chuva e temperatura globalmente, com efeitos específicos no Brasil.
Há 59% de chance de que o La Niña continue a persistir de fevereiro a abril, seguido por 60% de chance de condições neutras de março a maio, segundo o Centro de Previsão Climática da NOAA. Veja como o fenômeno influencia no clima do país.
A NOAA também descreveu como uma “La Niña incomum” e mais fraca. Eles previram que as condições de La Niña estariam de volta em outubro de 2024. Por mais de um ano, os oceanos do mundo têm estado significativamente mais quentes do que o normal, adiando a chegada do fenômeno.
Os efeitos do La Niña no Brasil
- O La Niña causa um aumento de chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, enquanto intensifica a seca no Sul do país;
- Esse contraste acentuado nas chuvas traz consequências para a agricultura e o meio ambiente;
- No Norte e Nordeste, o excesso de chuva pode causar enchentes e deslizamentos de terra, além de prejudicar as colheitas;
- No Sul, a seca prolongada afeta a produção agrícola, especialmente de grãos como soja e milho, e aumenta o risco de incêndios florestais.

Apesar da previsão de um episódio fraco e de curta duração, o La Niña pode influenciar as chuvas no Brasil em 2025. Espera-se que as chuvas de verão comecem de forma irregular no final de setembro, intensificando-se em outubro e novembro.
No Centro-Oeste, as chuvas tendem a ser normais ou acima da média durante o La Niña, o que pode beneficiar a produção de soja na região.
Embora o fenômeno possa causar um resfriamento temporário das temperaturas globais, também não se espera que isso reverta a tendência de aquecimento a longo prazo. É importante lembrar que os últimos anos foram os mais quentes já registrados — e 2025 provavelmente seguirá essa tendência, mesmo com a influência do La Niña.
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O que é o La Niña?
- Imagine um balanço gigante no Oceano Pacífico. De um lado, perto da Austrália e da Indonésia, a água fica mais quente;
- Do outro lado, perto da América do Sul, a água fica mais fria. Esse balanço é o que chamamos de La Niña;
- Normalmente, os ventos sopram do leste para o oeste, levando a água quente para o lado da Austrália;
- Mas durante o La Niña, esses ventos ficam mais fortes, empurrando ainda mais água quente e fazendo a água fria subir perto da América do Sul;
- É como se o La Niña desse um “empurrãozinho” no clima, mudando os padrões de chuva, vento e temperatura em várias partes do mundo.