A Colossal Biosciences, empresa norte-americana especializada em biotecnologia, deu mais um passo importante em sua missão de trazer espécies extintas de volta à vida. Recentemente, a companhia anunciou o desenvolvimento de embriões de marsupiais que atingiram mais da metade do período gestacional em um útero artificial. Essa conquista representa uma inovação sem precedentes no campo da genética e da conservação animal.
Além disso, a Colossal garantiu um investimento adicional de US$ 200 milhões na rodada de financiamento Série C, liderada pela TWG Global. Com isso, o total de capital arrecadado pela empresa chega a US$ 435 milhões, recursos que estão sendo utilizados para criar tecnologias pioneiras na preservação de espécies e na saúde humana.

O que é a Colossal Biosciences?
Fundada por Ben Lamm e pelo renomado geneticista George Church, da Universidade de Harvard e do MIT, a Colossal se destacou por seus projetos audaciosos. A empresa busca ressuscitar espécies icônicas, como o mamute-lanoso, o dodô e o tigre-da-Tasmânia, por meio de ferramentas genéticas de ponta.
Entre as inovações recentes, destacam-se:
- A criação de genomas de referência em escala cromossômica para elefantes africanos e asiáticos, além do hírax-das-rochas.
- O sequenciamento de genomas antigos do mamute-lanoso, que permitiu a identificação e edição de mais de 20 genes associados à sobrevivência em climas frios.
- No projeto do dodô, a equipe desenvolveu técnicas para estudar a forma única do bico da espécie, utilizando aprendizado de máquina.
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O impacto do útero artificial
O foco atual da empresa está no desenvolvimento de um útero artificial capaz de suportar o crescimento de embriões de marsupiais sem a necessidade de mães de aluguel. Segundo Ben Lamm, o dispositivo utiliza tecnologia avançada, como microfluídica de precisão e controle de gases, para replicar o ambiente uterino com exatidão.

“Esse sistema é mais sofisticado que qualquer outro dispositivo existente, permitindo o acompanhamento das etapas do desenvolvimento embrionário com precisão”, afirmou Lamm. Ele destacou que o útero artificial possibilitará a produção em escala de filhotes de tigre-da-Tasmânia para projetos de reintrodução na natureza.
Além de seu potencial para ressuscitar espécies extintas, a tecnologia tem aplicações diretas na conservação de espécies ameaçadas de extinção. O dispositivo permitiria gerar animais vivos a partir de células armazenadas em biobancos, eliminando a necessidade de fêmeas de aluguel e simplificando o processo de reprodução assistida.
Desafios e próximos passos
Embora os marsupiais tenham uma gestação curta e um desenvolvimento placentário superficial, ainda existem desafios a serem enfrentados, como o atendimento às necessidades nutricionais dos embriões em diferentes estágios. A Colossal pretende expandir os testes para outras espécies, como camundongos, que possuem períodos gestacionais mais longos e placentas mais complexas.