CEO do TikTok sinaliza permanência do app nos EUA ao agradecer apoio de Trump em vídeo

Shou Zi Chew destacou que plataforma tem sido meio de expressão para milhões de estadunidenses e afirmou que presidente eleito entende impacto e importância da rede social chinesa
Rodrigo Mozelli17/01/2025 19h00
Celular com logotipo do TikTok na tela na frente de monitor com foto do CEO do TikTok, Shou Zi Chew
CEO diz que plataforma seguirá defendendo liberdade de expressão dos usuários (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)
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Nesta sexta-feira (17), o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, manifestou publicamente sua gratidão ao presidente eleito Donald Trump pelo apoio na tentativa de preservar o funcionamento da plataforma de vídeos curtos nos Estados Unidos.

A declaração foi feita dois dias antes da proibição do aplicativo, prevista para entrar em vigor no domingo (19), em consequência de uma decisão da Suprema Corte e de uma lei que considera o TikTok ameaça à segurança nacional.

Ao fundo, rosto de onald Trump desfocado; à frente, logo do TikTok em um smartphone
Futuro presidente dos EUA está tentando evitar banimento da rede social chinesa (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

CEO do TikTok agradece ao apoio presidencial

  • Em vídeo publicado em seu perfil oficial no TikTok, Chew exaltou o compromisso de Trump em buscar solução para manter o aplicativo disponível para os mais de 170 milhões de usuários estadunidenses, incluindo cerca de sete milhões de pequenas empresas que utilizam a plataforma;
  • “Quero agradecer ao presidente Donald Trump por seu comprometimento em trabalhar conosco e encontrar uma solução que mantenha o TikTok disponível nos Estados Unidos”, afirmou;
  • Chew classificou a posição de Trump como “firme apoio à Primeira Emenda e uma rejeição à censura arbitrária”;
  • O CEO destacou que a plataforma tem sido um meio de expressão para milhões de estadunidenses e afirmou que Trump entende o impacto e a importância do TikTok;
  • Estamos gratos por termos o suporte de um presidente que usa a plataforma para compartilhar suas perspectivas, gerando mais de 60 bilhões de visualizações em seus conteúdos”, completou.

Confira o vídeo abaixo:

@shou.time Our response to the Supreme Court decision @TikTok ♬ original sound – Shou

O futuro do TikTok nos EUA vem sendo debatido desde o governo Trump em 2020, quando o então presidente assinou ordem executiva determinando o banimento do aplicativo, caso ele permanecesse sob o controle da empresa chinesa ByteDance. Na época, alegou-se que os dados coletados pelo TikTok poderiam ser usados pelo governo chinês para espionagem.

Posteriormente, um acordo foi proposto para que as empresas estadunidenses Oracle e Walmart assumissem participações significativas no TikTok, permitindo a continuidade da operação nos EUA.

No entanto, o plano foi abandonado durante o governo de Joe Biden, que não avançou na questão até que o Congresso aprovasse, em abril de 2024, uma lei exigindo o desinvestimento da ByteDance como condição para o funcionamento do TikTok no país. A Suprema Corte confirmou a constitucionalidade da lei nesta sexta-feira (17), tornando o banimento iminente.

Uma das poucas opções restantes para evitar a proibição seria a ByteDance vender as operações estadunidenses do TikTok. Apesar de rumores de negociações entre autoridades chinesas e o bilionário Elon Musk, dono do X, a rede social chinesa negou a existência de qualquer conversa formal.

A venda, no entanto, enfrenta resistência tanto da ByteDance quanto de Pequim, que vê o TikTok como importante ferramenta de soft power no cenário global. Analistas apontam que a complexidade geopolítica pode dificultar qualquer acordo no curto prazo.

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Trump promete ação imediata ao assumir o cargo

Trump, que tomará posse na segunda-feira (20), prometeu agir rapidamente para reverter o banimento do TikTok. Durante sua campanha presidencial de 2024, ele usou a plataforma para se conectar com o público jovem e consolidar sua base de eleitores, prometendo “salvar o TikTok” caso fosse eleito.

Apesar das críticas que enfrentou por sua postura anterior contra a rede social, Trump parece disposto a negociar com a ByteDance e explorar soluções que mantenham o TikTok acessível nos EUA, enquanto aborda preocupações com a segurança nacional.

Impacto em caso de banimento

O banimento iminente do TikTok afeta não apenas seus usuários, mas, também, milhões de criadores de conteúdo, empresas e marcas que dependem da plataforma para alcançar seus públicos. O CEO da plataforma destacou que a rede social continuará buscando alternativas para proteger a criatividade e a liberdade de expressão de seus usuários.

Logo do TikTok em um smartphone que está em cima de um notebook
Plataforma chinesa pode ser banida no domingo (19) (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para assegurar que a plataforma prospere como sua casa on-line para criatividade ilimitada e descobertas, assim como uma fonte de inspiração e alegria”, declarou Chew ao encerrar seu pronunciamento.

Com a proibição prevista para domingo (19) e Trump assumindo o cargo no dia seguinte, o destino do TikTok nos Estados Unidos permanece incerto. Enquanto isso, a ByteDance e a administração do presidente eleito precisarão decidir, rapidamente, se uma solução viável pode ser alcançada para evitar que milhões de estadunidenses percam acesso à popular plataforma.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.