A notícia da possível fusão das empresas aéreas Gol e Azul animou agentes do mercado, mas, ao mesmo tempo, ligou o sinal de alerta do consumidor. O temor das pessoas é que a união acabe resultando num aumento do preço das passagens aéreas (que já estão caríssimas, aliás).
Caso o acordo seja aprovado, as duas empresas terão mais de 60% dos voos e dos passageiros nacionais. O domínio de um setor pode trazer alguns pontos negativos, como o sufocamento da concorrência (a Latam, no caso) e o controle dos valores cobrados. Mas será que isso vai acontecer? Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a resposta é não.
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Em conversa com jornalistas, Costa Filho afirmou nesta quinta-feira (16) que a fusão da Gol com a Azul não terá impacto no preço das passagens e será positiva para o Brasil.
Segundo ele, as duas companhias já controlam o mercado e o pior cenário seria se elas quebrassem:
“Hoje elas já controlam. O Brasil tem uma dificuldade que também acontece no mundo. É o exemplo da TAP em Portugal, que domina quase 100% do mercado. Hoje está tendo uma fusão no mundo de grandes companhias aéreas”, disse o ministro.
“Vai fortalecer a aviação. Não vejo risco de aumento de preços de passagens. Até porque tem o Cade e a Anac para fazer o papel de fiscalização. O que estamos observando é que essas duas companhias estão tentando se fortalecer para ajudar mais o Brasil”, concluiu Costa Filho.

Ações da Azul em alta
- As ações da Azul registraram alta ontem após a divulgação da notícia.
- Na máxima, os papéis da Azul chegaram a R$ 4,95, elevando o valor de mercado da companhia aérea a R$ 1,55 bilhão, o maior desde dezembro do ano passado.
- Vale destacar que uma união entre duas gigantes nunca acontece de forma instantânea.
- Para isso se concretizar é necessária a aprovação dos órgãos de controle.
- O principal deles é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
- Por enquanto, as empresas fizeram apenas um pré-notificação ao órgão regulador, mas ainda não apresentaram os principais números do caso.
- Segundo o ministro Silvio Costa Filho, uma reunião de autoridades com porta-vozes da Azul e da Gol está prevista para daqui a alguns dias – e servirá para esclarecer os termos da fusão.
- Um dos pré-requisitos para o negócio acontecer é que a Gol conclua o seu processo de recuperação judicial nos EUA.
- Além disso, o Cade e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) devem impor algumas restrições para preservar a concorrência.

Mais sobre a fusão
A informação de bastidores é que a Gol corre o risco de quebrar sem a fusão. E quebrar foi justamente um dos verbos utilizados pelo ministro de Portos e Aeroportos.
As empresas aéreas argumentam que a situação financeira do setor é bastante delicada, principalmente por causa do aumento do preço do querosene de aviação. Além disso, as companhias afirmam que não conseguiram recuperar os níveis de demanda pré-pandemia.
Em comunicado divulgado na última quarta-feira (15), as gigantes informaram que o acordo é apenas uma “fase inicial de um processo de negociação entre a Abra e a Azul para explorar a viabilidade de uma possível transação”.
Caso essa transação se concretize, o acordo prevê que as duas empresas deverão manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente. Ou seja, as marcas Azul e Gol continuariam existindo.
As informações são da Agência Brasil.