Medicina e Saúde

Cientistas da USP resolvem um grande “mistério celular” — e essa é uma ótima notícia

Pesquisadores do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) Redoxoma, da USP, descobriram como a enzima peroxirredoxina 3 (Prdx3) é transportada até as mitocôndrias. Essa molécula é essencial para a proteção das células, pois neutraliza os danos causados pelo excesso de água oxigenada (H2O2). Além disso, a descoberta revela mecanismos cruciais para combater o estresse oxidativo e amplia a compreensão sobre a saúde celular.

Como resultado, esses avanços abrem novas possibilidades para o tratamento de doenças associadas ao dano oxidativo, como as neurodegenerativas, cardiovasculares e o envelhecimento. Publicado na revista Redox Biology, o estudo destaca o impacto da pesquisa básica na criação de soluções inovadoras, o que tem o potencial de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

A proteína que protege as mitocôndrias contra o estresse oxidativo

A Prdx3 controla diretamente o H2O2, que é crucial para a sinalização celular e proteção contra danos oxidativos. Essa enzima é transportada para dois compartimentos mitocondriais, ampliando seu impacto no equilíbrio das células. Dessa forma, sua ação garante que as mitocôndrias funcionem adequadamente, mesmo em condições de estresse.

A enzima Prdx3 desempenha um papel fundamental na proteção das células contra danos causados por toxinas. (Imagem: VD Image Lab/Shutterstock)

Por outro lado, quando as concentrações de H2O2 ficam altas, ele pode danificar proteínas, membranas e o DNA mitocondrial, afetando a produção de energia. A Prdx3, como resultado, protege as células desses danos, reforçando seu papel essencial na manutenção do metabolismo celular e na prevenção de doenças relacionadas ao estresse oxidativo.

Em suma, a pesquisa aponta novos caminhos para entender a sinalização do H2O2 nas mitocôndrias. Essa descoberta abre portas para o desenvolvimento de terapias para doenças neurodegenerativas e cardiovasculares, além de aprimorar a compreensão dos processos celulares envolvidos no envelhecimento.

Implicações da enzima antioxidante em doenças e tratamentos futuros

Os pesquisadores descobriram que a Prdx3 ocupa dois locais distintos dentro das mitocôndrias, o que pode sugerir funções diferentes para a enzima. Na matriz mitocondrial, ela atua como uma proteção contra o excesso de H2O2, enquanto no espaço entre as membranas, acredita-se que tenha um papel na comunicação celular ou na modulação de proteínas, embora isso ainda precise ser confirmado.

As enzimas ajudam a manter as células saudáveis, combatendo substâncias tóxicas e danos celulares (Imagem: Design_Cells/Shutterstock)

Para investigar essas funções, os cientistas criaram células sem o gene da Prdx3 e estão agora reintroduzindo a enzima em regiões específicas das mitocôndrias. Isso permitirá observar como ela controla o H2O2 e contribui para o funcionamento celular, ajudando a esclarecer seu papel no equilíbrio e na saúde das células.

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Pesquisas recentes também associam a Prdx3 a processos como ferroptose, um tipo de morte celular, e ao crescimento de células-tronco cancerígenas no cérebro. Compreender essas relações pode abrir caminho para novas abordagens no tratamento de doenças graves e na promoção da saúde humana.

Esta post foi modificado pela última vez em 17 de janeiro de 2025 16:29

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Publicado por
Rafael Magalhães