O que é o Círculo de Fogo do Pacífico e qual seu futuro?

Além de gigantesco, o Círculo de Fogo do Pacífico está por trás de quase todos os terremotos ocorridos no mundo até hoje
Pedro Spadoni20/01/2025 15h40
Caldeira de vulcão cheia de lava borbulhante e escorrendo durante erupção
(Imagem: Nikolay Zaborskikh/Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Além do nome de um belíssimo filme dirigido por Guillermo del Toro (vale relembrar), o Círculo de Fogo do Pacífico é um lugar real, fascinante e assustador. Trata-se de uma zona de intensa atividade sísmica e vulcânica que circunda o Oceano Pacífico.

Apesar do nome, ele tem forma de ferradura e se estende por 40 mil quilômetros, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa, na sigla em inglês). Ele vai desde o sul da América do Sul, passa pela costa oeste da América do Norte, cruza o Estreito de Bering e chega ao Japão e à Nova Zelândia.

(Curiosidade: se você considerar os vulcões ativos e inativos localizados na Antártica, dá para literalmente fechar o círculo, conforme apontado pela National Geographic.)

Além de gigantesco, Círculo de Fogo do Pacífico está por trás de quase todos os terremotos

O Círculo de Fogo do Pacífico é formado pelo encontro de várias placas tectônicas. Essas placas estão em constante movimento. E quando colidem, se separam ou deslizam umas sobre as outras, liberam energia. É isso que causa terremotos e erupções vulcânicas, por exemplo.

Pintura de mapa do mundo destacando formato do Círculo de Fogo do Pacífico
Se você não considerar vulcões na Antártica, Círculo de Fogo do Pacífico tem formato semelhante ao de ferradura (Imagem: Dino Eri/Wikimedia Commons)

Confira abaixo algumas características importantes do Círculo de Fogo do Pacífico:

  • Concentra 75% dos vulcões do mundo: Existem cerca de 450 vulcões, entre ativos e adormecidos, ao longo do Círculo de Fogo;
  • É responsável por 90% dos terremotos do mundo: A maioria dos terremotos mais fortes já registrados ocorreram no Círculo de Fogo;
  • Abrange quase 30 países em quatro continentes diferentes: América do Sul, América Central, América do Norte, Ásia e Oceania.

Também vale mencionar: o Círculo de Fogo abriga fossas oceânicas profundas, como a Fossa das Marianas; e inclui grandes cadeias montanhosas, como a Cordilheira dos Andes e o Monte Fuji.

Como você já deve imaginar a essa altura, o Círculo de Fogo do Pacífico é uma área de alto risco para desastres naturais, como terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas. Para piorar, a intensa atividade sísmica e vulcânica torna difícil prever quando e onde esses eventos ocorrerão.

  • O tsunami de 2011 no Japão, que causou o desastre nuclear de Fukushima, e a erupção do Krakatoa em 1883 na Indonésia são exemplos de eventos catastróficos no Círculo de Fogo.
Destruição causada por terremotos em Antakya, na Turquia, vista de baixo para cima
Círculo de Fogo está por trás de quase todos os terremotos ocorridos até hoje – na foto: escombros após terremotos em Antakya, na Turquia, em 2023 (Imagem: baybars can/Shutterstock)

Por isso, é importante estudá-lo a fundo (trocadilho não intencional). A pesquisa sobre o Círculo de Fogo permite mapear zonas de risco, desenvolver sistemas de alerta precoce para tsunamis e terremotos e aprimorar técnicas de construção resistentes a desastres naturais (é o plano para Antakya, por exemplo).

No entanto, seria injusto deixar de mencionar que, apesar dos riscos, a região abriga uma grande diversidade de vida e beleza natural. Ou seja: nem tudo são trevas, destruição e lava no Círculo de Fogo. Há espaço para facetas bonitas (você pode se aprofundar em artigos clicando aqui e aqui).

Leia mais:

Futuro do Círculo de Fogo do Pacífico

O futuro do Círculo de Fogo do Pacífico está intimamente ligado ao movimento das placas tectônicas que o formam. E, de acordo com simulações de computador, é possível que o Oceano Pacífico se feche em menos de 300 milhões de anos.

Esse processo levaria à formação de um novo supercontinente, chamado Amasia“fusão” das Américas com a Ásia. A Austrália também participaria desse evento, colidindo primeiro com a Ásia e depois se conectando à América.

Lava derretida espirrando de vulcão em erupção
Talvez o formato do Círculo de Fogo do Pacífico mude ao longo dos próximos milhões de anos, mas atividade geológica – e vulcânica – deve continuar (Imagem: Xander de Ruiter/Shutterstock)

Embora o Círculo de Fogo provavelmente não exista mais como um “círculo”, a intensa atividade geológica da região deve continuar. Isso porque a colisão das placas tectônicas continuará gerando terremotos, erupções vulcânicas e a formação de novas montanhas.

Para melhor ou pior, o Círculo de Fogo deve continuar firme e forte. Já para o Homo sapiens, o horizonte das próximas centenas de milhões de anos é mais sombrio.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.