Origem de mosaico de Alexandre, o Grande é revelada por cientistas

Durante restauração da obra de arte gigantesca, pesquisadores levantaram informações sobre sua construção, há milhares de anos.
Por Bob Furuya, editado por Lucas Soares 20/01/2025 14h58
shutterstock_1444602749-1-1920x1080
Imagem: Andreas Wolochow/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Alexandre, o Grande, é uma das figuras mais fascinantes da Antiguidade. Aluno de Aristóteles na adolescência, ele se tornou rei aos 20 anos e começou uma expansão grandiosa da Macedônia até os 33, quando morreu, em 323 a.C.

Guerreiro talentoso e estrategista único, ele liderou campanhas militares que levaram os macedônios a conquistar a Pérsia, o Egito e partes da Índia. Alexandre fundou mais de 70 cidades nesse período e se tornou o principal responsável por disseminar a cultura grega, sobretudo no Oriente.

Leia mais

Alexandre não recebeu a alcunha de “O Grande” à toa. Seus feitos são conhecidos e estudados até hoje – e a História reservou a ele um lugar de destaque.

Grandes também foram algumas homenagens prestadas ao líder militar. Uma das mais famosas é um mosaico de mais de 3 metros de altura por 6 de comprimento.

A obra de arte conta com quase 2 milhões de pequenas pedras. E um estudo lançado recentemente na revista PLOS One mostra a origem desse mosaico, uma das peças artísticas mais significativas da Roma Antiga.

O trabalho de restauração da estrutura levou a uma série de descobertas – Imagem: Reprodução/PLOS ONE

O Mosaico de Alexandre

  • Para ser exato na medida, são 5,83 metros de comprimento por 3,25 metros de altura.
  • A obra retrata a Batalha de Issus, na qual Alexandre, o Grande, venceu o exército persa de Dario III.
  • O quadro foi encontrado em 1831, em uma escavação na extinta cidade de Pompeia, destruída pela explosão do Monte Vesúvio em 79 d.C.
  • Hoje, você pode encontrar o mosaico no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, na Itália.
  • Em 2020, a direção do local decidiu investir em um projeto para restaurar a relíquia.
  • E foi justamente esse trabalho que deu origem ao artigo científico sobre o qual estamos falando.
  • Com técnicas não invasivas, que vão desde microscopia de vídeo digital até termografia infravermelha, os cientistas descobriram que os quase 2 milhões de pequenas pedras, ou tesselas, vieram de locais diferentes.
  • Ao todo, os artistas usaram 10 cores distintas para criar o desenho.
  • Algumas das peças brancas vieram dos Alpes Apuanos, na Itália.
  • Já as rosas são de Portugal e as amarelas da Tunísia.
  • As tesselas vermelho-escuras, por sua vez, possivelmente vieram de Cabo Matapan (Tênaro), na Grécia.
  • O mosaico está agora passando por restauração, e novos dados sobre as argamassas subjacentes serão coletados pelos pesquisadores.
  • Segundo eles, esse estudo é importante para nos fazer entender como funcionava a arte antiga, além de confirmar a extensão e a influência que a Macedônia tinha na época.
Cada cor vinha de uma região diferente do mundo – Imagem: Reprodução/PLOS ONE

Mais sobre Alexandre

Alexandre é considerado o maior líder militar da Antiguidade. Ele começou a enfileirar vitórias com apenas 18 anos de idade.

Quando assumiu o pequeno reino europeu de seu pai, o rei Filipe II, Alexandre decidiu expandir o território e as riquezas da Macedônia. Decidiu, então, partir em uma campanha militar.

Seu exército tinha mais de 20 mil homens, entre macedônios e aliados gregos. Com técnicas avançadas de batalha, como o uso coordenado de cavalaria e catapultas, o líder conquistou um território que vai do norte da Grécia até a Índia.

Nesse meio tempo, conquistou o Egito, que estava sob o domínio persa, além da Mesopotâmia (atual Iraque) e alguns territórios asiáticos, que hoje correspondem a países como Uzbequistão e Paquistão.

O auge do reinado de Alexandre ocorre no ano 326 a.C., quando parte de seu exército decide retornar para casa. Alexandre morreu 3 anos depois, 323 a.C. As causas da morte são alvo de polêmica até hoje. Alguns dizem que foi um problema intestinal. Outros, porém, não aceitam essa versão e falam em envenenamento. Tem ainda a possibilidade dele ter contraído malária.

As informações são do IFL Science.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.