INSS pode proibir uso do BPC para apostas esportivas

Presidente do órgão diz que benefício pretende “mitigar miséria” e estuda solicitar estudo sobre uso irregular do benefício ao BC
Bruna Barone20/01/2025 11h40
Pessoa usando uma das bets disponíveis no Brasil em celular
(Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil)
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O INSS estuda proibir o uso de recursos do BPC (Benefício de Prestação Continuada) em apostas esportivas. Foi o que disse o presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

O auxílio é a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade, mas não configura aposentadoria.

“O BPC é para mitigar a miséria. Se há uso para apostas esportivas, ou nós concedemos o benefício errado, porque a pessoa não é miserável, ou há um mau uso do recurso. Estamos fazendo o estudo de regulação desse tema na área técnica, que depois será apresentado ao Ministério da Previdência Social”, afirmou Stefanutto.

INSS quer evitar uso indevido de recursos do BPC com apostas (Imagem: Fabricio Rezende/iStock)

Membros do programa Meu INSS Vale+ já estão proibidos de usar o dinheiro com apostas. O cartão permite antecipar R$ 150 do benefício mensal de aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios permanentes. 

O objetivo, segundo o governo, é garantir recursos na compra de remédio, comida, gás, transporte, sem comprometer a renda dos aposentados por muito tempo.

“Os bancos que operam o adiantamento já têm expertise de vetar CNPJs de empresas de apostas esportivas. Se permitirmos apostas, vamos alimentar vícios”, afirmou o presidente do instituto.

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Banco Central identificou R$ 3 bi do Bolsa Família para apostas (Imagem: Rmcarvalho/iStock)

Problema ainda maior

O INSS também avalia solicitar ao Banco Central um estudo ao Banco Central sobre o panorama atual do uso de recursos do BPC em sites de apostas, assim como feito com o Bolsa Família.

No ano passado, um levantamento mostrou que cinco milhões de beneficiários do programa social transferiram R$ 3 bilhões via Pix para casas de apostas.

A situação foi parar no Supremo Tribunal Federal e o governo admitiu dificuldades para adotar mecanismos que impeçam o uso do Bolsa Família com apostas.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.