A Casa Branca confirmou nesta segunda-feira (20) a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, um pacto global crucial para combater as mudanças climáticas. A decisão do presidente eleito, Donald Trump, repercutiu internacionalmente e coloca o país ao lado de Irã, Líbia e Iêmen como os únicos fora do acordo que visa limitar o aquecimento global.
O ato reflete o ceticismo de Trump em relação ao aquecimento global, que ele já classificou como uma farsa, e se alinha à sua agenda de desregulamentação da indústria de combustíveis fósseis para maximizar a produção.
Trump também retirou EUA do acordo durante primeiro mandato
- Esta não é a primeira vez que os EUA se retiram do Acordo de Paris;
- Durante seu primeiro mandato, o presidente também tomou a mesma medida, revertida posteriormente pela administração Biden em 2021;
- A saída atual, porém, deve ser mais rápida, levando apenas um ano, já que o país não estará mais vinculado ao compromisso inicial de três anos;
- Especialistas alertam que a saída dos EUA, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, prejudica a ambição global de reduzir as emissões e pode ter consequências significativas para o planeta;
- O mundo caminha para um aquecimento global acima de 3ºC até o fim do século, o que pode desencadear impactos em cascata como aumento do nível do mar, ondas de calor e tempestades devastadoras.

A decisão também contrasta fortemente com a postura do ex-presidente Biden, que buscava liderar os esforços climáticos globais e incentivar a transição para energias limpas. Enquanto o governo anterior promovia subsídios e regulamentações para impulsionar a energia solar e veículos elétricos, o atual pretende desfazer essas medidas para fortalecer o orçamento e a economia.
A retirada dos EUA do Acordo de Paris também gera preocupações sobre a perda de liderança do país em mercados-chave de energia limpa e coloca em risco a competitividade americana em relação à China, que tem investido fortemente em tecnologias sustentáveis. Especialistas apontam que a China pode sair fortalecida com essa decisão, enquanto os EUA perdem a oportunidade de liderar a transição global para uma economia de baixo carbono.