EUA fora do Acordo de Paris: Trump decide abandonar pacto global

Durante seu primeiro mandato, o presidente também tomou a mesma medida
Gabriel Sérvio20/01/2025 18h14, atualizada em 20/01/2025 18h20
Donald-Trump atrás de um microfone
Imagem: Evan El-Amin/Shutterstock
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A Casa Branca confirmou nesta segunda-feira (20) a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, um pacto global crucial para combater as mudanças climáticas. A decisão do presidente eleito, Donald Trump, repercutiu internacionalmente e coloca o país ao lado de Irã, Líbia e Iêmen como os únicos fora do acordo que visa limitar o aquecimento global.

O ato reflete o ceticismo de Trump em relação ao aquecimento global, que ele já classificou como uma farsa, e se alinha à sua agenda de desregulamentação da indústria de combustíveis fósseis para maximizar a produção.

Trump também retirou EUA do acordo durante primeiro mandato

  • Esta não é a primeira vez que os EUA se retiram do Acordo de Paris;
  • Durante seu primeiro mandato, o presidente também tomou a mesma medida, revertida posteriormente pela administração Biden em 2021;
  • A saída atual, porém, deve ser mais rápida, levando apenas um ano, já que o país não estará mais vinculado ao compromisso inicial de três anos;
  • Especialistas alertam que a saída dos EUA, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, prejudica a ambição global de reduzir as emissões e pode ter consequências significativas para o planeta;
  • O mundo caminha para um aquecimento global acima de 3ºC até o fim do século, o que pode desencadear impactos em cascata como aumento do nível do mar, ondas de calor e tempestades devastadoras.
Trump no palanque
Os Estados Unidos já são o maior produtor mundial de petróleo e gás natural do mundo. (Imagem: mark reinstein / Shutterstock)

A decisão também contrasta fortemente com a postura do ex-presidente Biden, que buscava liderar os esforços climáticos globais e incentivar a transição para energias limpas. Enquanto o governo anterior promovia subsídios e regulamentações para impulsionar a energia solar e veículos elétricos, o atual pretende desfazer essas medidas para fortalecer o orçamento e a economia.

A retirada dos EUA do Acordo de Paris também gera preocupações sobre a perda de liderança do país em mercados-chave de energia limpa e coloca em risco a competitividade americana em relação à China, que tem investido fortemente em tecnologias sustentáveis. Especialistas apontam que a China pode sair fortalecida com essa decisão, enquanto os EUA perdem a oportunidade de liderar a transição global para uma economia de baixo carbono.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.