Enquanto TikTok beira abismo, concorrentes se preparam para preencher vácuo

Redes sociais concorrentes do TikTok correm para lançar recursos e campanhas que miram usuários e criadores preocupados com futuro incerto
Pedro Spadoni21/01/2025 11h37
Ilustração de ícone do TikTok meio tombado no deserto enquanto abutres voam em círculos sobre ele
(Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiou a suspensão do TikTok no país por, pelo menos, 75 dias. Enquanto a plataforma beira o abismo do banimento, outras redes sociais correm para lançar recursos e campanhas publicitárias que miram usuários e criadores de conteúdo preocupados com futuro incerto da rede social chinesa.

Não é de hoje que redes sociais “se inspiram” no design e recursos do TikTok na hora de matutar funcionalidades. A plataforma da ByteDance tomou conta do, digamos, cenário social digital ao longo dos últimos anos. E a reposta das concorrentes virou até palavra: “TikTokização“. Mas o imbróglio atual nos EUA acelerou ainda mais esse processo.

Resposta de redes sociais concorrentes ao possível banimento do TikTok

Se você já notava a “TikTokização” das redes sociais e demais plataformas (YouTube, por exemplo), deve ter percebido a aceleração do passo conforme o banimento do TikTok se aproximou – e até se concretizou, entre a noite de sábado (18) e tarde de domingo (19).

Montagem com fotos de pessoas segurando celulares exibindo as logomarcas do Bluesky, X (antigo Twitter) e Reels (do Instagram)
Redes sociais correm para oferecer recursos parecidíssimos aos do TikTok (Imagem: Diego Thomazini, Mamun_Sheikh e sdx15 – Shutterstock)

Caso não tenha reparado, aqui vão alguns exemplos:

  • X (antigo Twitter): rede social de Elon Musk lançou, no domingo, uma aba para vídeos nos EUA, que agiliza acesso a um feed de vídeos curtos e verticais;
  • Bluesky: lançou um feed personalizado para vídeos verticais também no domingo, além de informar que desenvolvedores trabalham em alternativas ao TikTok com mesmo protocolo descentralizado do Bluesky;
  • Instagram: o CEO do Instagram, Adam Mosseri, apresentou o Edits no domingo, uma cópia do CapCut, aplicativo “irmão” do TikTok; e reorganizou seu aplicativo para ficar mais parecido com o TikTok, com posts retangulares nos perfis dos usuários, ao invés dos icônicos quadrados;
  • Substack: lançou um recurso de vídeo ao vivo e apresentou o “TikTok Liberation Prize”, no valor de US$ 25 mil (R$ 151,5 mil) para recompensar creators e “inspirá-los a trazer seus seguidores para o Substack”, postou o cofundador Chris Best na rede social;
  • LinkedIn: tem promovido vídeos curtos semelhantes aos do TikTok em seu feed nos últimos meses. Influenciadores disseram ao Business Insider que observaram um aumento recente no engajamento com vídeos curtos;
  • Snapchat: lançou campanha publicitária na semana passada para lembrar os criadores de conteúdo sobre novos recursos e ferramentas de criação de vídeos, conforme apontado pelo site Adweek.
Logo do TikTok em um smartphone que está em cima de um notebook
TikTok recebeu mais 75 dias para resolver seu imbróglio nos Estados Unidos (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

Leia mais:

A ver se os usuários realmente vão aderir à nova cara das redes sociais estadunidenses, inspiradas fortemente na chinesa, ou apenas continuar no RedNote, alternativa chinesa ao TikTok. Por ora, é comum ver memes como o exemplo abaixo nas redes sociais concorrentes da plataforma da ByteDance:

(Aparentemente, usuários estadunidenses não aderiram aos Reels do Instagram com tanto gosto quanto os brasileiros.)

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.