Microsoft faz compra milionária de créditos de carbono no Brasil

O objetivo é contribuir para o reflorestamento da Amazônia, além de posicionar a Microsoft como líder em soluções sustentáveis
Alessandro Di Lorenzo22/01/2025 14h49
Fachada da Microsoft
Medida vem em resposta a queixas feitas por empresas rivais (Imagem: bluestork/Shutterstock)
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Microsoft anunciou a compra de 3,5 milhões de créditos de carbono da startup brasileira Re.green, especializada em restauração de terras com o plantio de espécies nativas. O acordo tem duração de 25 anos e deve girar em torno US$ 200 milhões (mais de R$ 1,2 bilhão).

O objetivo da ação é contribuir para o reflorestamento da Amazônia e da Mata Atlântica. A compra posiciona a gigante da tecnologia como uma das maiores investidoras em soluções sustentáveis de remoção de carbono.

Microsoft quer diminuir pegada de carbono

  • O anúncio da Microsoft acontece logo após a chegada de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos.
  • O presidente norte-americano se posiciona publicamente contra ações de combate as mudanças climáticas, priorizando a produção de combustíveis fósseis.
  • Apesar disso, a Microsoft continua focada em reduzir sua pegada de carbono, especialmente devido à expansão do uso de inteligência artificial.
  • O aperfeiçoamento da IA tem causado o aumento significativo do consumo de energia, pressionando empresas a compensarem emissões de gases de efeito estufa.
O objetivo da ação é contribuir para o reflorestamento da Amazônia (Imagem: Nelson Antoine/Shutterstock)

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Novo impulso para o mercado de crédito de carbono

A Microsoft emitiu 17 milhões de toneladas de CO₂ em 2023, um aumento de 40% em relação a 2020. Para mitigar esses efeitos, a empresa busca alcançar a meta de se tornar “carbono negativa” até 2030, compensando emissões com investimentos em créditos de carbono e fontes de energia renovável.

A parceria entre a Microsoft e a Re.green não é algo novo. Em maio de 2024, a empresa adquiriu 3 milhões de créditos da startup. Além disso, a gigante da tecnologia anunciou a compra de 8 milhões de créditos de carbono do BTG Pactual.

Nuvem com a escrita CO2acima de uma floresta
Os créditos de carbono visam desestimular emissões e desmatamento (Imagem: d.ee_angelo/Shutterstock)

Ao mesmo tempo, a companhia tem investido em tecnologias avançadas de armazenamento de carbono. Este é o caso do acordo com a petroleira Occidental que prevê a aquisição de meio milhão de créditos de armazenamento de CO₂ no subsolo.

O mercado de crédito de carbono é um sistema de compensação de emissões, sendo um dos pilares para que os países cumpram as metas do Acordo de Paris, assinado em 2015 por quase 200 países. Por meio dele, as nações se comprometeram a conter o avanço do aquecimento global a partir de medidas práticas.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.