Este planeta estranho tem os ventos mais intensos já registrados

Segundo os cientistas, os ventos na superfície são quase seis vezes mais intensos do que a velocidade que o planeta gira
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 23/01/2025 13h01, atualizada em 24/01/2025 09h55
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Imagem: Observatório Europeu do Sul
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Cientistas do mundo todo passam anos debruçados na identificação de novos planetas. Uma das descobertas mais recentes impressionou até mesmo quem está acostumado com a diversidade do espaço.

Pesquisadores anunciaram a descoberta do planeta WASP-127b, um gigante gasoso localizado a mais de 500 anos-luz da Terra. O que chama a atenção nele, no entanto, é presença dos ventos mais rápidos já identificados.

Rajadas de vento chegam a marcas nunca antes registradas

  • De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a maior rajada de vento natural já registrada na Terra foi de 407 km/h.
  • Isso é muito forte e pode causar uma grande destruição por aqui.
  • No espaço, por outro lado, parece ser “fichinha”.
  • Em planetas como Netuno, os ventos podem atingir velocidades de até 1.770 km/h.
  • Mesmo assim isso é muito pouco comparado com a nova descoberta.
  • Segundo os cientistas, as rajadas no WASP-127b superam a impressionante marca de 30 mil km/h.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

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Estudo da atmosfera do planeta sugere explicação para o fenômeno

Com uma massa equivalente a 0,1647 vezes a de Júpiter, o planeta recém-descoberto tem ventos que chegam a 9 km por segundo, quase seis vezes a velocidade com que o WASP-127b gira. A explicação para isso está na atmosfera dele.

Segundo os cientistas, uma parte da atmosfera do planeta está se movendo em nossa direção em alta velocidade, enquanto outra parte está se afastando de nós na mesma velocidade. Esse sinal mostra que há um vento supersônico e muito rápido ao redor do equador do planeta.

A pesquisa foi realizada com o uso do VLT (Very Large Telescope), do Observatório Europeu do Sul (ESO, sigla em inglês), no Chile. Além de medir a intensidade dos ventos, também trouxe pistas sobre os padrões climáticos desse mundo distante.

Segundo a equipe, os polos do WASP-127b são mais frios do que as outras áreas do planeta, e há uma pequena diferença de temperatura entre os lados da manhã e da noite do astro. Isso quer dizer que ele tem um clima bem complexo, o que pode ajudar a entender como os exoplanetas se comportam.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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