Por que o celular não funciona direito no elevador?

Você já precisou usar o celular e não conseguiu, por estar no elevador? Confira na matéria a explicação científica do porque isso ocorre
Por Camila Oliveira, editado por Layse Ventura 28/01/2025 07h20
mão de homem apertando botões do elevador
Por que o celular não funciona direito no elevador? (Imagem: Freepik)
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Você provavelmente já deve ter passado pela situação de tentar utilizar o celular dentro de um elevador, e não conseguir fazer o que precisava, pois ele não estava funcionando normalmente. Isso pode ser bastante frustrante, além de atrapalhar a rotina, principalmente em momentos em que é preciso usar o aparelho com alguma urgência.

Apesar de ser uma situação corriqueira, talvez a maioria das pessoas não pare para pensar no motivo pelo qual isso acontece. E há uma razão científica para tal fenômeno, que explica de forma lógica o porquê não conseguimos utilizar um aparelho tão importante em um local bastante frequentado no dia a dia.

Se você quer saber qual é a explicação para esse fenômeno, confira abaixo a matéria que preparamos com o motivo pelo qual os smartphones não funcionam corretamente nos elevadores.

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Por que o celular não funciona direito no elevador?

Para responder a essa pergunta, primeiro vamos explicar o que é uma gaiola de Faraday. Trata-se de um envoltório condutor que protege o seu interior de interferências eletromagnéticas, construído com um material que conduz eletricidade, geralmente um metal. Suas paredes podem ser vazadas, como uma gaiola, ou maciço, como uma cabine.

Criada em 1836 pelo físico britânico Michael Faraday, a gaiola que leva o sobrenome de seu inventor é usada para:

  • Proteger pessoas e equipamentos eletrônicos de descargas elétricas;
  • Proteger a sala de varredura de uma ressonância magnética de interferências eletromagnéticas;
  • Proteger os sistemas eletrônicos de carros e aviões.

Uma forma fácil de entender esse conceito é pensar em um guarda-chuva, que desvia a água para os lados e faz com que as gotas caiam ao redor de quem está segurando. A gaiola força a radiação eletromagnética a dar a volta em torno de algo, em vez de alcançá-la.

mulher sorrindo de preto segurando caderno e celular dentro de elevador
Os elevadores são gaiolas de Faraday, o que impede as ondas de alcançarem os celulares. (Imagem: Freepik)

E isso acontece porque os metais condutores são cheios de elétrons livres, leves e poligâmicos, que circulam entre os átomos, em vez de se apegarem a um único átomo. Com isso, a radiação prefere interagir com esses elétrons, em vez de alcançar o objeto que está dentro da gaiola. Isso resulta em um campo elétrico com interior nulo.

Quanto à relação do funcionamento do celular com o elevador, é preciso considerar que as torres de telefonia enviam os sinais de radiofrequência para o aparelho, e vice-versa. Se o smartphone estiver em uma gaiola de Faraday, como o elevador, as ondas não são capazes de alcançá-lo. Por conta disso, o telefone deve funcionar quando a porta do elevador está aberta, mas perde o sinal quando ela se fecha.

O professor do Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle da Universidade de São Paulo (USP), Luiz Cezar Trintinalia, explica: “A blindagem só não é perfeita devido às frestas na estrutura do elevador, e o seu movimento pode fazer o sinal oscilar um pouco ao longo dos andares do prédio – tornando-o, às vezes, fraco demais para a recepção de sinais de telefonia ou de Wi-Fi”.

elevador visto de fora com a porta fechada
O celular pode funcionar com a porta do elevador aberta, mas asim que ela se fecha, o sinal começa a falhar. (Imagem: Freepik)
Camila Oliveira
Colaboração para o Olhar Digital

Camila Oliveira é jornalista desde 2012. Curiosa e inquieta, já passou por diversas editorias e também trabalhou em outras áreas. Hoje é colaboradora do Olhar Digital e escreve sobre o que mais gosta.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.