DNA de pato encontrado em turbina de avião que explodiu na Coreia do Sul

De acordo com os investigadores, a colisão com a ave pode explicar o motivo da falha no trem de pouso da aeronave no momento do pouso
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 29/01/2025 07h26
Cena do acidente do avião na Coreia do Sul
Imagem: AP/CC | https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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Ainda vai levar um tempo para determinar o que causou um trágico acidente com um avião Boeing 737-800 na Coreia do Sul. O caso aconteceu no final do ano passado e resultou na morte de 177 pessoas, tornando-se o mais mortal já registrado no país.

A aeronave, da companhia Jeju Air, transportava 181 pessoas a bordo, incluindo 175 passageiros e seis tripulantes, em um voo proveniente de Bangkok, na Tailândia, com destino ao aeroporto de Muan. Embora o motivo da tragédia ainda não tenha sido revelado, um relatório preliminar aponta para um problema inusitado no momento da aterrizagem.

A espécie de pato migratório é típica da região

  • O documento confirma que o avião teria explodido ao colidir com um muro de proteção.
  • Na hora da aterrissagem, houve uma falha no trem de pouso e a aeronave tocou o solo “de barriga”.
  • Pelas imagens do acidente, fica claro que o piloto não conseguiu reduzir a velocidade a tempo, atravessando a pista em direção ao muro.
  • No entanto, a perícia revelou também a presença de DNA e restos de Baikal Teals, uma espécie de pato migratório típico da região, nas turbinas dos motores do Boeing.
  • Isso pode explicar o motivo da falha nos equipamentos na hora do pouso.
Bando de aves da espécie Baikal Teals podem ter atrapalhado o piloto (Imagem: SUNGMOON HAN/Shutterstock)

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Causa do acidente com o avião ainda é desconhecida

A hipótese de colisão com uma ave ganhou força após a divulgação de um dos áudios recuperados da caixa preta do avião. Na gravação, o piloto alerta a torre de comando, três minutos antes do pouso, para um iminente choque com pássaros, seguido de “uma declaração de emergência (Mayday)”.

O documento indica que imagens teriam captado o momento em que os pássaros são sugados pela turbina. Apesar disso, alguns especialistas afirmam que dificilmente a colisão com um pato teria capacidade de gerar tantos danos.

Não há um prazo para que as investigações apontem o que causou a tragédia aérea. As autoridades sul-coreanas continuam buscando outras explicações para as falhas detectadas no trem de pouso.

Há também fortes questionamentos sobre o posicionamento do muro com o qual o avião colidiu. Segundo o relatório, a barreira, construída para sustentar a antena Localizer, uma espécie de guia para os pilotos quando a visibilidade é baixa, “era muito rígida e estava bem próxima ao final da pista”.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.