Brasil não vai taxar big techs após nova tarifa de Trump, diz Haddad

Manifestação ocorre após jornal informar que governo brasileiro vem estudando novo imposto para empresas como Amazon, Meta e Google
Por Bruna Barone, editado por Ana Luiza Figueiredo 10/02/2025 15h39
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Haddad diz que vai aguardar decisão final de Trump para se manifestar (Imagem: Focus Pix/Shutterstock)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta segunda-feira (10) que o governo federal estaria planejando impor taxas sobre empresas de tecnologia dos Estados Unidos, caso o presidente Donald Trump confirme a tarifa de 25% sobre importações de aço.

“O governo brasileiro tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos”, escreveu o ministro em uma rede social.

A fala ocorre após o jornal Folha de São Paulo informar que uma nova taxação em estudo pelo Ministério da Fazenda poderia impactar as operações da Amazon, Meta e Google, além de serviços de streaming. A fonte consultada pela reportagem da Folha pondera que a medida já vinha sendo analisada há algum tempo e não impactaria o consumidor, apenas incidiria sobre o faturamento das empresas.

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Em janeiro, o presidente Lula chegou a afirmar que o governo responderia à altura, caso a Casa Branca confirmasse a elevação de impostos que afetassem produtos brasileiros. “É muito simples. Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse à época.

A cartada de Trump não é novidade: no primeiro mandato, o republicano impôs tarifas de 25% sobre importação de aço e 10% sobre as de alumínio, mas, depois, revogou a taxa para parceiros como Canadá, México, União Europeia e Reino Unido, além do Brasil.

25% do aço usado nos EUA é importado (Imagem: Amanda Wayne/iStock)

Vem aí um novo (velho) imposto?

  • O presidente Donald Trump disse no domingo (9) que detalharia em breve a nova tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos Estados Unidos.
  • Isso impacta diretamente o Brasil, que, em 2024, foi o segundo maior fornecedor de aço ao país, ficando atrás somente do Canadá, segundo o Departamento de Comércio americano.
  • Em 2023, 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço tiveram como destino os EUA, de acordo com o governo.
  • Além do Canadá e do Brasil, México e países da Ásia também abastecem o mercado de aço usado no país; 25% do estoque de metal nos EUA é importado.
Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.