É rival mesmo? Tesla inaugura megafábrica de baterias na China

Obra foi finalizada em apenas oito meses em uma área de 200.000 metros quadrados na Zona Piloto de Livre Comércio de Xangai
Por Bruna Barone, editado por Ana Luiza Figueiredo 11/02/2025 14h01
Loja da Tesla em Guangzhou, na China
Loja da Tesla em Guangzhou, na China (Imagem: GuoZhongHua/Shutterstock)
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A Tesla iniciou nesta terça-feira (11) a fabricação de baterias de armazenamento de energia conhecidas como Megapacks em uma unidade recém-inaugurada em Xangai, na China. O lançamento ocorre mesmo com o acirramento das tensões entre os Estados Unidos e o país asiático desde que Donald Trump retornou à Casa Branca.

A fábrica terá capacidade para produzir 10.000 unidades por ano, o que equivale a aproximadamente 40 gigawatts-hora, segundo a agência de notícias Xinhua. Isso deve contribuir para a meta da Tesla de aumentar em 50% o armazenamento de energia global da montadora americana neste ano.

O investimento foi de cerca de 1,45 bilhão de yuans (R$ 1,1 bilhão) e a obra foi finalizada em apenas oito meses na Área Especial Lin-gang da Zona Piloto de Livre Comércio da China, cobrindo aproximadamente 200.000 metros quadrados.

Tesla inaugura fábrica de baterias em Xangai para aumentar armazenamento global de energia (Imagem: B.Zhou/Shutterstock)

A região virou um hub automotivo e de energia desde que a Tesla iniciou suas operações em Xangai, em 2019: mais de 160 empresas formam uma cadeia de suprimentos oferecendo hardware inteligente, software principal, fabricação de veículos e serviços.

“A Tesla não é apenas uma empresa de veículos elétricos. Estamos construindo um mundo movido por produtos de geração e armazenamento de energia e transportados por veículos elétricos para acelerar a transição do mundo para a energia sustentável”, disse Mike Snyder, vice-presidente da Tesla, na cerimônia de lançamento.

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Uma afronta ao protecionismo americano?

Especialistas ouvidos pela reportagem da agência Xinhua avaliam que a expansão da Tesla no mercado chinês combate a retórica protecionista do governo Trump, que tem apoio e confiança do CEO da montadora, Elon Musk.

Montagem com fotos de Elon Musk e Donald Trump
Musk virou homem de confiança de Trump no segundo mandato do republicano (Imagem: Frederic Legrand e Jonah Elkowitz – Shutterstock)

“A decisão da Tesla sobre a Megafactory mostra a confiança das empresas americanas no mercado chinês e nas capacidades de fabricação da China. Ela reflete uma disposição entre as empresas americanas de se envolver em uma cooperação mais profunda com a China”, disse Wu Qisheng, pesquisador da Academia de Ciências Sociais de Xangai.

Em 2024, 59.080 novas empresas estrangeiras foram estabelecidas na China, um aumento de 9,9%, segundo o Ministério do Comércio chinês. No início da semana, o governo aprovou um plano para estabilizar esse tipo de investimento no país ao longo de 2025.

“Ainda há espaço para cooperação orientada pelo mercado entre a China e os Estados Unidos para enfrentar os desafios climáticos, particularmente no avanço do armazenamento de energia e tecnologias de economia de energia”, afirmou Liu Qing, vice-presidente do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.