Filhos de pais divorciados apresentam maior risco de AVC, revela estudo

Estudo sugere que o impacto da separação parental pode estar relacionado a fatores específicos que ainda não são bem compreendidos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Ana Luiza Figueiredo 11/02/2025 06h10
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Imagem: shutterstock/sfam_photo
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Pesquisadores Universidade de Toronto, no Canadá, descobriram que adultos que cresceram em famílias divorciadas têm um risco maior de sofrer um AVC. A conclusão sugere que o impacto da separação parental pode estar relacionado a fatores específicos que ainda não são bem compreendidos.

A equipe ainda identificou que outros problemas na infância, como abuso emocional, violência doméstica, encarceramento dos pais, doenças mentais na família ou uso de substâncias pelos responsáveis, não apresentaram uma associação direta com o risco de desenvolvimento da doença.

Aumento do risco de AVC é considerável

  • O estudo analisou dados de 13.205 adultos com mais de 65 anos nos Estados Unidos.
  • Eles não relataram ter sofrido abuso físico ou sexual durante a infância.
  • No entanto, aproximadamente 14% enfrentaram o divórcio dos pais antes dos 18 anos.
  • A conclusão foi que este grupo específico apresentou 61% mais chances de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) ao longo da vida.
  • A pesquisa ainda identificou que os homens apresentaram um risco 47% maior de sofrer um AVC do que as mulheres.
  • Já indivíduos com diabetes tiveram um aumento de 37% na probabilidade de desenvolver a doença, enquanto aqueles diagnosticados com depressão tiveram um risco 76% mais elevado.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista PLOS ONE.
Ilustração 3D de um vaso sanguíneo
Ilustração 3D de um derrame (Imagem: Alex Mit/Shutterstock)

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Mais estudos são necessários

Apesar dos resultados, o trabalho não estabelece uma relação de causa e efeito. Por isso, os pesquisadores sugerem algumas hipóteses para explicar a conexão entre o divórcio na infância e o maior risco de AVC na vida adulta.

Um dos fatores mais prováveis é o estresse prolongado. A separação dos pais pode gerar conflitos familiares intensos, mudanças de residência e escolas, além de instabilidade emocional para a criança. O estresse pode ter um impacto duradouro na saúde cardiovascular.

Problemas familiares podem gerar problemas de saúde futuros nos filhos (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

Outro fator que pode contribuir é a pressão alta, o que também pode aumentar o risco de derrame. Além disso, os impactos à saúde podem variar entre gerações. No entanto, são necessários maiores estudos para confirmar qualquer uma das teorias citadas.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.

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