O que pode estar por trás da oferta de Elon Musk pela OpenAI

Grupo liderado por Musk ofereceu US$ 97,4 bilhões pela OpenAI; entenda o que pode estar por trás da oferta (além de rixa pessoal)
Pedro Spadoni11/02/2025 09h13, atualizada em 12/02/2025 15h51
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um grupo de investidores liderado por Elon Musk apresentou uma oferta de US$ 97,4 bilhões (aproximadamente R$ 563 bilhões) pela organização sem fins lucrativos que controla a OpenAI. Ainda não se sabe o quão sério é esse grupo. E uma análise publicada pelo Axios considera a possibilidade da proposta ser fictícia.

O advogado de Musk, Marc Toberoff, entregou a proposta ao conselho da companhia na segunda-feira (10). Em nota, o bilionário disse: “É hora da OpenAI voltar a ser focada em código aberto e segurança como já foi”. Já o CEO da empresa, Sam Altman, escreveu o seguinte no X: “Não, obrigado, mas compraremos o Twitter por US$ 9,74 bilhões se você quiser”. Ao que Musk respondeu: “Vigarista.”

Fora a disputa pessoal entre Musk e Altman, o que pode estar por trás da sua oferta pela OpenAI?

Esta seria a investida mais recente de Musk a uma organização cofundada por ele em 2015. Além disso, o caso agrava a disputa pessoal entre Elon, que deixou a OpenAI em 2019, e Altman pelo futuro da IA. Mas, fora essa rixa, o que mais pode estar por trás desse movimento recente de Musk?

Elon Musk
Oferta de Elon Musk pode encarecer transição da OpenAI para empresa com fins lucrativos (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Alguns dizem que o bilionário tenta aumentar o preço que a equipe de Altman teria de pagar para comprar os ativos restantes da OpenAI. Para quê? Ora, para reestruturá-la a partir de seu estatuto original de organização sem fins lucrativos.

  • Traduzindo e simplificando: Musk estaria tentando encarecer a transformação da OpenAI em companhia com fins lucrativos.

“Meu entendimento é que Elon Musk não está tentando comprar a organização sem fins lucrativos OpenAI, em si, mas sim os ativos subjacentes com fins lucrativos que Sam Altman deve comprar para reorganizar a empresa”, escreve o editor Dan Primack, do Axios, numa postagem no X.

“Então, em parte é uma trollagem e, em parte, ele define um preço que pode fazer com que Sam pague mais do que ele gostaria“, acrescenta o editor da editoria de negócios do site.

Na edição desta semana da coluna Fala AI do Olhar Digital News, Roberto “Pena” Spinelli repercute (e puxa reflexões) sobre este imbróglio. Além de colunista, Spinelli é físico pela USP, com especialidade em Machine Learning pela Universidade Stanford (EUA) e pesquisador na área de IA. Assista abaixo:

Leia mais:

Dose de contexto

A OpenAI continua a angariar dinheiro para suas ambições. Atualmente, a empresa tenta levantar US$ 40 bilhões em investimento numa valuation de US$ 340 bilhões – o que a tornaria uma das startups mais valiosas do mundo.

Logo da OpenAI em um smartphone
OpenAI segue na busca por mais dinheiro para suas ambições (Imagem: TY Lim/Shutterstock)

Em outra frente, a empresa integra o projeto Stargate, anunciado recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Voltado para infraestrutura de IA, o “projetaçoprevê US$ 500 bilhões em investimentos.

No discurso público, Musk encara a transformação da OpenAI como uma traição à sua missão original de desenvolver IA de maneira aberta e segura. Inclusive, essa questão foi parar em tribunal. A ver os próximos capítulos desta novela.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.