Guerra dos chips: Israel pede isenção de novas restrições

Recentemente, a Casa Branca anunciou o aumento das regras de controle sobre o destino das exportações globais de chips de IA
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 12/02/2025 09h51
Chip Israel
Imagem: Thichaa/Shutterstock
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A chegada de Donald Trump ao comando da Casa Branca não mudou a posição adotada pelo governo anterior dos Estados Unidos diante da China quando o assunto é a disputa pela hegemonia tecnológica mundial.

Os EUA estão aumentando o controle sobre o destino das exportações globais de chips de inteligência artificial (IA). O principal objetivo é impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.

Restrições podem prejudicar indústria de tecnologia de Israel

As novas regras classificam os países do mundo em três níveis, mas não abrem nenhuma exceção. No entanto, isso pode mudar após um pedido feito pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, um dos principais aliados do governo Trump.

Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante comunicado sobre guerra entre Israel e Hamas
Netanyahu quer que Israel fique de fora dos novos controles (Imagem: reprodução/redes sociais)

O líder israelense quer que os EUA concedam ao país uma isenção dos controles regulatórios propostos sobre chips avançados de IA. Ele alega que o regramento adotado ainda no final do governo de Joe Biden pode prejudicar a indústria de tecnologia de Israel.

Apesar da proximidade entre os governos, um alto funcionário do governo Trump expressou ceticismo em relação à possibilidade da Casa Branca atender o pedido. “Não podemos começar a abrir exceções agora porque estamos falando de segurança nacional e é de extrema importância”, disse o funcionário, que não foi identificado. As informações são do portal Axios.

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chips china
EUA querem impedir acesso da China aos chips semicondutores (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
  • Neste cenário, uma possível diminuição dos investimentos e até da produção de chips em Taiwan poderia prejudicar o movimento da Casa Branca, beneficiando os rivais chineses, que já buscam alternativas a partir da valorização da indústria doméstica.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.