Apple enfrenta processo antitruste por controle de dados

Impasse é gerado por ferramenta que dificulta que editores de aplicativos concorrentes acessem dados de usuários relevantes para publicidade
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Ana Luiza Figueiredo 14/02/2025 05h50
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Imagem: uskarp/Shutterstock
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A autoridade antitruste da Alemanha formalizou uma acusação contra a Apple. O processo alega que a empresa fabricante do iPhone abusou de seu poder de mercado a partir do uso de uma ferramenta de rastreamento de aplicativos.

A denúncia acontece após três anos de investigação do Federal Cartel Office sobre o recurso App Tracking Transparency da Apple. A ferramenta permite aos usuários impedir que os anunciantes os rastreiem em diferentes aplicativos.

Apenas a Apple tem acesso aos dados do app investigado

A empresa afirma que o recurso permite que os usuários controlem sua privacidade. No entanto, desenvolvedores de aplicativos e startups cujos modelos de negócios dependem do rastreamento de publicidade condenam a criação da ferramenta.

Logo da Apple na fachada de uma loja
Recurso App Tracking Transparency da Apple motivou o processo (Imagem: NP27/Shutterstock)

De acordo com o Federal Cartel Office, o dispositivo torna muito mais difícil para os editores de aplicativos concorrentes acessarem os dados do usuário relevantes para publicidade. Por outro lado, a Apple podia usar as informações da maneira que quisesse.

O processo foi aberto após reclamações de associações que representam editores, emissoras, anunciantes, suas agências e empresas de tecnologia de anúncios. As informações são da Reuters.

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Ao fundo, logo da Apple; à frente, um martelo de juiz
Apple será julgada pelas autoridades alemãs (Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock)

Apple minimizou acusações

  • Em comunicado, a Apple defendeu o App Tracking Transparency.
  • A empresa disse que “mantém em um padrão mais alto do que exige de qualquer desenvolvedor terceirizado”.
  • Apesar disso, o processo deve ter continuidade.
  • Caso seja condenada, a companhia pode ser obrigada a mudar sua política atual.
  • Se isso não acontecer, ela pode receber uma multa de até 10% de seu faturamento anual.
  • Uma decisão final sobre o caso está prevista ainda para este ano, ou no máximo no início de 2026.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.