Como alces estão ‘ensinando’ um robô a andar na lama

Robô equipado com os novos pés afundou menos na lama e necessitou de menos energia para se locomover
Gabriel Sérvio17/02/2025 14h47, atualizada em 17/02/2025 15h18
Como alces estão 'ensinando' um robô a andar na lama
(Image criada por IA/ Gabriel Sérvio/Olhar Digital)
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Engenheiros, inspirados pela natureza — mais precisamente pelos alces — desenvolveram pés robóticos inovadores que prometem revolucionar a capacidade de robôs de se locomoverem em terrenos desafiadores, como a lama.

A dificuldade de robôs em áreas naturais, como pântanos e florestas, sempre foi um obstáculo. A solução veio da observação da natureza: os cascos dos alces.

“Pés de alce”: o segredo para robôs caminharem em terrenos difíceis

Cientistas da Universidade de Tecnologia de Tallinn, na Estônia, buscaram a colaboração de caçadores para obter patas de alce para estudo. A Estônia possui uma caça controlada de alces, o que facilitou o acesso aos materiais.

No laboratório, os pesquisadores conectaram os pés de alce a um robô que simulava a caminhada, medindo a força necessária para atravessar diversos tipos de solo, incluindo lama e áreas úmidas.

Uma descoberta surpreendente foi a capacidade do casco do alce de se expandir ao afundar na lama, aumentando a área de contato e facilitando a retirada do pé com menos energia.

Robô equipado com os novos pés afundou menos na lama e necessitou de menos energia para se locomover.
Robô equipado com os novos pés afundou menos na lama e necessitou de menos energia para se locomover. (Imagem: Centre for Biorobotics/TalTech)

Inspirados por essa característica, os engenheiros desenvolveram pés de silicone que imitam o mecanismo do casco do alce.

Os testes com um robô de quatro patas demonstraram resultados impressionantes: o robô com os novos pés afundou menos na lama, necessitou de menos força para retirar os pés e utilizou 70% menos energia para se locomover.

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A descoberta abre portas para robôs mais eficientes em missões de busca e resgate, plantio de árvores e outras tarefas em ambientes externos, onde a locomoção em terrenos irregulares é um desafio constante.

Essa pesquisa publicada na revista Bioinspiration and Biomimetics demonstra como a observação da natureza pode inspirar soluções inovadoras na robótica, expandindo as capacidades dos robôs e permitindo que atuem em áreas antes inacessíveis.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.

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