Guerra dos chips: Taiwan defende parceria com os EUA após críticas de Trump

O presidente dos Estados Unidos disse que Taiwan "tomou" a indústria de chips semicondutores do país e que quer ela de volta
Alessandro Di Lorenzo17/02/2025 10h33
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Imagem: William Potter/Shutterstock
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Taiwan é um dos principais produtores de chips semicondutores do mundo e sua proximidade com os Estados Unidos é considerada fundamental na disputa tecnológica com a China. No entanto, a chegada de Donald Trump ao poder pode mudar este cenário.

O presidente norte-americano criticou, na semana passada, os taiwaneses por eles terem ‘tomado’ a indústria de chips e disse que quer ela de volta. A declaração faz parte dos planos do republicano de impulsionar o setor no país.

Taiwan quer ajudar “países democráticos amigos”

Agora, o chefe do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia de Taiwan respondeu. Wu Cheng-wen não citou Trump nominalmente, mas deixou clara a posição da ilha, afirmando que “não há necessidade de um país controlar a indústria de semicondutores”.

Trump no palanque
Trump disse que Taiwan “tomou” a indústria de chips semicondutores dos EUA (Imagem: mark reinstein/Shutterstock)

O representante taiwanês afirmou que a indústria de semicondutores local é um exemplo global e que isso é fruto de uma série de investimentos e de muito trabalho nas últimas décadas. No entanto, destacou que há espaço para parcerias.

Ele ressaltou que cada país tem sua própria especialidade e que “a indústria de semicondutores é altamente complexa e requer especialização e divisão precisas do trabalho”. Ainda finalizou dizendo que Taiwan está disposta a ser usada como base para ajudar “países democráticos amigos” a desempenhar seus papéis apropriados na cadeia de suprimentos de semicondutores.

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Montagem sobre Guerra dos Chips com bandeiras da China e dos Estados Unidos
EUA querem impedir acesso da China aos chips semicondutores (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
  • Por fim, a Casa Branca anunciou recentemente novas regras com o objetivo de impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.