Autismo em crianças pode ser diagnosticado por um videogame

Jogo que avalia imitação motora, promete identificar autismo com 80% de precisão, distinguindo-o de TDAH e outros transtornos
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Ana Luiza Figueiredo 18/02/2025 05h50
crianca videogame
(Imagem: Miljan Zivkovic / Shutterstock.com)
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Uma ferramenta inovadora chamada CAMI (Computerized Assessment of Motor Imitation) poderá se tornar uma grande aliada dos médicos para diagnosticar crianças autistas com maior precisão. A pesquisa sobre a ferramenta foi publicada no British Journal of Psychiatry.

O dispositivo é um videogame de rastreamento de movimento, que consegue distinguir crianças com autismo de seus pares neurotípicos com 80% de acerto e também diferencia crianças autistas de aquelas com TDAH, com 70% de precisão.

No jogo, a criança deve imitar movimentos de corpo inteiro de um personagem na tela, como uma dança, por um minuto.

Duas câmeras registram seus movimentos e o sistema CAMI avalia a qualidade da imitação, com notas que variam de zero (nenhuma imitação) a 1 (imitação perfeita), com base no desempenho da criança em relação ao avatar.

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Enquanto a criança imita movimentos de personagem no jogo, o dispositivo analisa as ações para chegar ao diagnóstico (Imagem: Veja / Shutterstock.com)

Como a ferramenta consegue o diagnóstico de autismo

  • Embora o autismo seja frequentemente associado a dificuldades de comunicação social, estudos mostram que dificuldades sensório-motoras também desempenham um papel importante na condição.
  • Crianças autistas têm dificuldades em imitar movimentos e expressões, que são fundamentais na comunicação humana.
  • O CAMI explora essas dificuldades e as distingue das dificuldades de crianças com TDAH, que não compartilham os mesmos desafios sensório-motores.

O estudo, que envolveu 183 crianças de 7 a 13 anos, revelou que as pontuações baixas no CAMI estavam fortemente associadas a sintomas autistas, como comportamentos restritos e repetitivos.

Embora o CAMI tenha mostrado boas perspectivas, ele ainda precisa de ajustes para garantir sua precisão no diagnóstico de crianças com TDAH. A ferramenta promete ser simples, divertida e eficaz, com a esperança de que se torne uma prática clínica amplamente adotada.

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Ferramenta consegue identificar dificuldades de crianças com autismo e distinguir de outros transtornos como o TDAH (Imagem: mapush / Shutterstock.com)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.