Genética ou estilo de vida? Estudo responde o que impacta mais o envelhecimento

As descobertas podem ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra algumas doenças relacionadas ao envelhecimento
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Ana Luiza Figueiredo 19/02/2025 13h19
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Imagem: sabinevanerp/Pixabay
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A ciência sempre se interessou pelo envelhecimento humano. São décadas de estudos sobre o assunto, mas uma questão sempre surgia: afinal, o que tem mais impacto neste processo, a genética ou o estilo de vida?

Até agora, acreditava-se que os genes prevaleciam nesta discussão, sendo os maiores responsáveis pelo “desgaste” do nosso corpo. No entanto, um novo estudo aponta que fatores ambientais têm um impacto maior na saúde com o passar do tempo.

Importância da descoberta

  • Segundo os pesquisadores da Oxford Population Health, as exposições ambientais tiveram um efeito maior nas doenças do pulmão, coração e fígado, enquanto o risco genético dominou nas demências e no câncer da mama.
  • Dos 25 fatores ambientais identificados, o tabagismo, o status socioeconômico, a prática de atividade física e as condições de vida tiveram o maior impacto na mortalidade e no envelhecimento biológico.
  • As descobertas podem ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra algumas destas doenças.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature Medicine.
Ilustração de DNA
Fatores genéticos são importantes, mas não explicam totalmente o envelhecimento (Imagem: quantic69/iStock)

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Quase meio milhão de pessoas participaram do estudo

Durante o trabalho, a equipe usou dados de quase meio milhão de participantes do Biobank do Reino Unido para avaliar a influência de 164 fatores ambientais e pontuações de risco genético para 22 doenças importantes no envelhecimento.

Os resultados mostraram que os fatores ambientais são responsáveis por 17% da variação do risco de morte, em comparação com menos de 2% pela predisposição genética. Entre os 25 fatores ambientais individuais identificados, o tabagismo, o status socioeconômico, a prática de atividade física e as condições de vida tiveram o maior impacto na mortalidade e no envelhecimento biológico.

Ter um estilo de vida saudável é fundamental para retardar o envelhecimento (Imagem: Maria Markevich/Shutterstock)

Ainda segundo os pesquisadores, o tabagismo foi associado a 21 doenças. Fatores socioeconômicos, como o rendimento familiar, a posse de casa própria e a situação profissional, foram associados a 19 doenças, enquanto a atividade física esteve associada a 17 doenças. Já exposições precoces, incluindo o peso corporal aos 10 anos e o tabagismo materno perto do nascimento, influenciam o envelhecimento e o risco de morte prematura.

O estudo aponta que, embora muitas das exposições individuais identificadas tenham desempenhado um pequeno papel na morte prematura, o efeito combinado destas múltiplas exposições ao longo da vida pode explicar uma grande proporção da variação da mortalidade prematura.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.