Mesmo assim, estudo não é definitivo (Imagem: mojo cp/Shutterstock)
Uma dúvida muito comum entre mulheres grávidas é se elas podem tomar paracetamol. Um questionamento que faz todo sentido, uma vez que a comunidade médica ainda não chegou a veredito sobre o tema. Existem estudos que relacionam essa substância a algumas doenças que podem acometer o bebê e outros que dizem que não há problema nenhum.
Para quem não ligou o nome ao remédio, ele é o princípio ativo do Tylenol, por exemplo, e, como analgésico e antitérmico, serve para aliviar dores e ajudar a controlar a febre. Ou seja, trata-se de medicamento comum e amplamente usado aqui no Brasil — tanto que nem precisa de receita médica para comprá-lo.
Esse fácil acesso torna seu uso mais perigoso, segundo os cientistas que defendem a proibição. É o caso de pesquisadores da Universidade de Washington (EUA), que acabam de divulgar artigo, publicado na Nature Mental Health, que sugere a relação do uso do paracetamol na gravidez a risco maior de a criança desenvolver o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O TDAH é uma condição neurológica que afeta a capacidade de concentração e pode causar hiperatividade (como diz seu próprio nome). Os principais sintomas são dificuldade de atenção, inquietação, impulsividade, agitação, além de distração fácil.
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“E por que esse debate todo na comunidade científica?”, você pode estar se indagando. Há aproximadamente um ano, em abril de 2024, outro estudo causou bastante impacto no meio acadêmico. E ele fala justamente o contrário da pesquisa recém-divulgada.
Publicado na revista científica JAMA, o artigo leva a assinatura de pesquisadores do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade de Drexel (EUA).
Os pesquisadores analisaram os registros médicos e pré-natais de cerca de 2,5 milhões de crianças nascidas na Suécia entre 1995 e 2019. E o critério principal utilizado foi o estudo de irmãos com os mesmos pais biológicos.
Segundo o MedicalXpress, na ciência, a análise entre irmãos é poderosa, pois eles compartilham fatores genéticos e ambientais, o que elimina algumas das variáveis que podem distorcer os resultados nos ensaios clínicos.
E, a partir dessa coleta de dados, os cientistas demonstraram que não havia evidências de maior risco de autismo, TDAH ou deficiência intelectual associado ao uso de paracetamol durante a gravidez.
Há especialistas que concordam com essa análise e outros que ficam com a pesquisa mais recente. Independentemente disso, o mais importante é sempre seguir a orientação de seu médico.
Esta post foi modificado pela última vez em 19 de fevereiro de 2025 02:33