Vídeo: Camundongos fazem primeiros socorros entre si

Ato de morder a boca ou puxar a língua de um companheiro já tinha sido observado na relação com parceiro familiar morto
Por Bruna Barone, editado por Ana Luiza Figueiredo 24/02/2025 18h41, atualizada em 25/02/2025 20h50
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC) flagraram camundongos tentando reanimar companheiros inconscientes com técnicas de primeiros socorros. O objetivo era identificar se os animais apresentam instintos de prestar ajuda, assim como ocorre com os humanos e outros mamíferos, como elefantes e golfinhos, em um comportamento chamado de “pró-social”.

“Nossas descobertas sugerem que os animais exibem respostas de emergência semelhantes à reanimação e que esse comportamento provavelmente desempenha um papel no aumento da coesão e sobrevivência do grupo”, diz o artigo.

Os camundongos foram monitorados em um ambiente de laboratório com ajuda de tecnologia de aprendizado de máquina. Os resultados foram publicados na revista científica Science.

Leia mais:

Rato puxa a língua de parceiro para melhorar abertura das vias aéreas (Imagem: Reprodução)

O que o estudo descobriu?

  • Os ratos foram colocados em estado de inconsciência por anestesia.
  • Ao encontrar o parceiro desmaiado, eles exibiam comportamentos distintos: cheiravam, se limpavam, mordiam a boca ou a língua do parceiro e puxavam sua língua para fora.
  • O socorro foi fortemente influenciado pela familiaridade, sendo mais pronunciados em pares familiares, ou seja…
  • Provavelmente os ratos não foram motivados por um desejo de interação social recíproca ou curiosidade sobre algo novo.
  • Em 80% dos casos, o socorrista removeu um objeto que os cientistas tinham colocado na boca do rato anestesiado. Objetos colocados no reto ou genitais do rato, no entanto, foram ignorados.
Ciclo de resposta de socorro entre camundongos (Imagem: Reprodução)

Segundo os pesquisadores, o ato de morder a boca ou puxar a língua de um companheiro com o objetivo de melhorar a abertura das vias aéreas já tinha sido observado na relação com parceiro familiar morto, mas raramente era visto quando estava simplesmente dormindo ou inativo.

Além disso, o estudo sugere que a ocitocina foi responsável por distinguir os diferentes estados dos parceiros. Foi a ativação desses neurônios nas regiões da amígdala e do hipotálamo do cérebro que promoveu comportamentos semelhantes a reanimação, segundo o artigo.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.