Cientista cria escala para descobrir qual o animal mais perigoso do mundo

Novo sistema de classificação funciona com base no tamanho da população e na taxa de mortalidade que a espécie provoca nos humanos
Por Bob Furuya, editado por Ana Luiza Figueiredo 25/02/2025 06h30, atualizada em 25/02/2025 20h53
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Você já deve ter se deparado — mais de uma vez até — com a lista que traz os animais mais perigosos do mundo. O problema é que essa relação sempre muda.

Às vezes os tubarões-brancos ficam na frente. Tem ainda algumas espécies de cobras, como a serpente taipan-do-interior. Ou ainda os mamíferos e pesados elefantes, hipopótamos e ursos polares. A verdade é que a ordem é definida por quem elabora a lista.

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Pensando nisso, um jovem cientista decidiu criar um novo sistema de classificação para acabar com qualquer dúvida — e para diminuir a margem de erro. O autor da ideia é o estudante da Universidade de Reading, na Inglaterra, David Duarte Crespo.

E os critérios que ele utilizou são básicos: para respondermos essa questão devemos levar em conta o tamanho da população desse animal e a taxa de mortalidade que cada espécie provoca em seres humanos.

O temido tubarão-branco até aparece na lista, mas não é a espécie mais perigosa do mundo de acordo com a Escala Crespo – Imagem: LuckyStep/Shutterstock

Conheça a “Escala Crespo”

  • Sim, o jovem cientista colocou o próprio nome na escala (que ainda é desconhecida, mas pode se tornar importante).
  • Segundo o pesquisador, a ideia de levar em consideração o tamanho da população serve para calcular as chances de algum ser humano se deparar com o animal.
  • Já a taxa de mortalidade é mais óbvia, e é medida pelo número estimado de fatalidades causadas por uma espécie específica por ano, dividido pela população global.

“Eu escolhi usar apenas dois fatores para a escala porque eles são universais — eles podem ser aplicados a praticamente qualquer espécie animal — e são mensuráveis. Você pode medir (ou pelo menos estimar) coisas como quantas pessoas uma espécie mata ou quantas delas existem. Por outro lado, você não pode medir o quão agressiva ou territorial ela é”, disse Crespo ao site gringo IFL Science.

  • A partir desses números, o autor criou 5 categorias de graus de perigo, que vão de “perigo baixo” a “perigo muito alto“.
  • Uma curiosidade é que a maioria dos animais da Escala Crespo vivem em países pobres ou em desenvolvimento.
  • Ou seja, sim, o Brasil aparece mais de uma vez.
Experimento com crocodilos-do-nilo descobriu que esses animais reagem a choros de bebês humanos e primatas – Imagem: Clayton Harrison/Shutterstock

Mas, afinal, qual o animal mais perigoso do mundo?

O pesquisador não dá uma resposta definitiva. Segundo ele, é possível em falar em animal mais perigoso em um país ou em uma região. No mundo todo, porém, a conversa é mais complexa.

Para não te deixar sem resposta, um único animal conseguiu obter grau 5 de perigo tanto em quantidade quanto em mortalidade. Foi o mosquito africano Anopheles gambiae, hospedeiro e transmissor da malária. Ele, no entanto, é grau 5 na Nigéria, mas grau 4 em Moçambique.

Imagem: Reprodução/Asian Journal Of Research in Zoology

Também aparecem na lista crocodilos do Nilo, a víbora de Russell (Daboia russelii) e o tigre-de-bengala — esses dois últimos na Índia. A Índia, aliás, é um dos países mais citados na Escala Crespo. E o Brasil, como já disse, é outra figurinha comum.

Por aqui, aparecem como espécies perigosas o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), o inseto barbeiro (Triatoma infestans) e o mosquito Lutzomyia longipalpis, vetor principal da leishmaniose.

Você pode ler o artigo na íntegra no Asian Journal of Research in Zoology.

As informações são do IFL Science.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.