Marte: parece que estávamos errados sobre o planeta vermelho

Um mineral que só se forma em ambientes com água pode estar por trás da característica cor vermelha de Marte
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 25/02/2025 14h04, atualizada em 26/02/2025 20h53
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Sabemos que Marte é popularmente chamado de planeta vermelho, mas sua cor pode ter origens diferentes do que pensávamos até então. De acordo com autores de um estudo publicado na Nature Communications, a coloração vermelha das rochas de Marte foi provocada pela água, e não pela oxidação seca de minerais.

Entenda:

  • A origem da cor vermelha de Marte pode ser diferente do que se acreditava até então;
  • Um novo estudo sugere que, em vez de hematita, um outro mineral causou a tonalidade do planeta vermelho: a ferrihidrita;
  • Enquanto a hematita se forma em condições secas, a ferrihidrita surge em ambientes com bastante água;
  • Novas análises devem ser realizadas para determinar os níveis de ferrihidrita presentes na poeira da superfície marciana.
marte máximo solar
Água pode estar por trás da cor vermelha de marte. (Imagem: Ketut Agus Suardika/Shutterstock)

A hipótese anterior atribuía o tom avermelhado de Marte à hematita, que se forma sob condições secas – ou seja, o mineral teria se formado após o desaparecimento da água no planeta. A nova pesquisa, entretanto, atribui a cor a outro mineral: a ferrihidrita, que se forma em ambientes com bastante água.

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Mineral que se forma na água pode ter originado cor vermelha de Marte

Para testar a hipótese, os autores do estudo pulverizaram diferentes tipos de minerais de óxido de ferro e os compararam à poeira marciana. A correspondência mais próxima foi a ferrihidrita, não apenas refutando a teoria sobre a hematita, mas sugerindo que os minerais de Marte se formaram enquanto ainda havia umidade no planeta.

Ferrihidrita pulverizada é correspondência mais próxima à poeira de Marte. (Imagem: Valantinas et al./Nature Communications)

“A principal implicação é que, como a ferrihidrita só poderia ter se formado quando a água ainda estava presente na superfície, Marte oxidou antes do que pensávamos. Além disso, a ferrihidrita permanece estável sob as condições atuais em Marte”, explica Adomas Valantinas, líder do estudo, em comunicado.

A equipe agora deve realizar novas análises em laboratório para medir as quantidades exatas de ferrihidrita presentes na poeira do planeta vermelho.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.